O filósofo prussiano Nietzsche pensava que a má consciência – ou ignorância- é mais fácil de se lidar do que a má índole. No contexto do bullying nas escolas, o qual ocorre justamente pelo desconhecimento do infante sobre os efeitos de suas ações em seus colegas, há a materialização deste primeiro fenômeno, sendo necessárias portanto medidas como uma educação precoce a respeito do assunto. O bullying se qualifica como um abuso intencional e constante, seja físico ou psicológico, contra algum indivíduo. No caso dos jovens, porém, há uma grande chance de ocorrerem sequelas muitas vezes permanentes devido a esse constante assédio, como uma reclusão da vítima – amedrontada de qualquer outra relação, às vezes até a maioridade; queda de seu rendimento escolar, ou em casos mais graves: suicídio. Destarte, é cabível assumir que a única razão que leva o ser a infligir esse tipo de injúria a outro indivíduo é a ignorância, a qual Sócrates acreditava ser o motor de todos os erros. Essa má consciência pode advir do fato do infante não perceber a amplitude de suas ações, ou pode ser herdada de casa: um jovem cujos pais, talvez por uma lacuna semelhante em sua educação, perpetuaram uma cultura de violência e abuso – quer contra outras pessoas, quer contra a própria criança- simplesmente propagará tal comportamento na escola. Não obstante, é preciso que o Ministério da Educação edite os livros didáticos de modo a colocar trechos de leitura- nas apostila de português ou inglês por exemplo- a respeito do assunto, explicando a necessidade de se pensar em como o colega vítima se sente, e ensinando a preponderância quanto às próprias atitudes. Essas ações, aliada a palestras nas quais pais e filhos estarão presentes – e o mesmo assunto será abordado-, torna possível conscientizar pais e jovens sobre o perigo do bullying. Tais medidas são necessárias pois, a violência e o abuso muitas vezes se sustentam apenas na má consciência.