Título da redação:

Doença Crônica

Tema de redação: Os desafios do bullying nas escolas

Redação enviada em 10/10/2017

A Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948 -principal documento que serve de referência ao exercício da cidadania- assegura a todos o direito à segurança social. Entretanto, os frequentes casos de bullying nas escolas evidenciam que os brasileiros não usufruem dessa norma na prática. Sob essa ótica, dois aspectos não devem ser negligenciados, como a recente repercussão desse tema e a ineficiência da segurança pública. Em primeiro lugar, é importante destacar que as práticas de bullying são consideradas atos de violência. No entanto, foi somente em 2016 que o combate à essa mazela tornou-se lei. Com efeito, essa morosidade proporcionou - e ainda proporciona- obstáculos na identificação dessa intolerância, além de ter participação na ausência de atitudes dos profissionais intrínsecos ao âmbito escolar. Desta maneira, em comparação com outros países, nota-se que o Brasil possui significativo atraso na luta contra o esse problema, visto que, de acordo com o drama “Preciosa”, os Estados Unidos já discutem esse assunto há mais de 30 anos. Além disso, vê-se que a inabilidade das ações governamentais contribui negativamente na resolução desse impasse. Nessa perspectiva, apesar da criação da Lei Nº 13.185, que considera o bullying como uma infração, o problema ainda não está solucionado. Sob esse viés, são raros os casos em que o agressor é condenado e há imprecisão na pena atribuída pela justiça. Por consequência do exposto, segundo a pesquisa realizada pela Organização Das Nações Unidas no ano de 2016, 43% dos jovens brasileiros sofreram bullying. Ademais, ressalva-se que esses atos estão crescendo progressivamente, o que torna essas ilegalidades uma doença crônica para a realidade brasileira. Sendo assim, mudanças tornam-se imperativas para dirimir a prática do bullying nas escolas. Urge ao Poder Público, criador da lei que incentiva o combate à prática, que fiscalize as instituições educacionais, com o fito de seguir o que está prescrito no Diário Oficial. Ademais, o Ministério da Educação tem o dever de auxiliar os professores, por meio de cursos e seminários, a identificarem aqueles que estão infringindo as leis e sucessivamente encaminharem para a reabilitação dos estudantes. Por fim, as escolas tem a obrigação de chamar os pais ao debate e, com palestras e reuniões em grupo, mostrar o seu papel nessa prevenção. Só assim será possível atribuir a “Cultura de paz” que o educador Paulo Freire propôs, evidenciando o papel da educação na exposição de injustiças, incentivando a colaboração e a convivência com o diferente.