Título da redação:

Desgaste escolar

Tema de redação: Os desafios do bullying nas escolas

Redação enviada em 27/05/2018

Na série americana “13 Reasons Why”, Hannah Baker é uma estudante do ensino médio que comete suicídio após agressões físicas e verbais de colegas. Fora das telas, infelizmente, o bullying é uma realidade frequente no cenário contemporâneo que causa graves problemáticas psicológicas e sociais tanto nas vítimas quanto nos agressores. Dessa maneira, convém a análise desses fatores que prejudicam a saúde mental e o bem-estar geral nas escolas. Em primeiro plano, percebe-se que a violência despejada em jovens propicia um ambiente em que severos danos mentais perpetuam na vida desse indivíduo. Entre alguns desses danos, estão as dificuldades de inserção social, baixa autoestima, depressão e eventuais tentativas de suicídio, como se evidencia na história de Hannah. Aliás, de acordo com uma pesquisa realizada pela ONU com 100.000 crianças em 18 países, metade, em média, sofreu algum tipo de bullying. Nesse contexto, é imprescindível que medidas sejam tomadas ou o futuro garantirá apenas pessoas enfermas. Paralelo a isso, os agressores também devem ser analisados, já que, para manter esse comportamento, muitos motivos devem perturbá-los. Tendo o exposto em vista, na visão do escritor americano Isaac Asimov, a violência é o último refúgio do incompetente. Nesse sentido, é perceptível que quem agride o outro, na verdade, possui grandes inseguranças internas, quadros de depressão inicial e, como forma de aliviar a dor, fixa o olhar nas diferenças do outro para não analisar si mesmo. Constata-se isso com base nos estudos do médico e escritor paulista Dr. Maurício Souza Lima que expressa que o agressor age de maneira frágil, assustada e imprime no outro os próprios medos e vulnerabilidade. É notório, portanto, que o bullying gera sequelas tanto para vítima quanto para o agressor. É importante que as escolas, em conjunto com as famílias, promovam o diálogo aberto e curador por meio de palestras, simpósios e exposições sobre a temática para que questões sociais de exclusão sejam exploradas e combatidas. Cabe também às instituições de ensino contratar psicólogos e estimular alunos a conversas que poderão, em longo prazo, sanar as dificuldades dos estudantes e quebrar esse ciclo vicioso de agressores. Dessa forma, o ambiente escolar tornar-se-á um local seguro, e a fatal trajetória de Hannah Baker não permeará no contexto contemporâneo vigente.