Título da redação:

Da teoria à prática

Proposta: Os desafios do bullying nas escolas

Redação enviada em 11/07/2018

Na literatura de Gilberto Freyre, o brasileiro foi por vezes tratado como cordial, entretanto, o bullying passa ao largo dessa utopia. Tal fato ocorre, na prática, pelo pacto de valores mantidos, tanto pelo Estado, quanto pela sociedade civil, à custa de omissões e hipocrisias. Nesse contexto, urge a necessidade de combater esse empecilho que segue intrinsecamente ligado à nação. Deve-se pontuar, de início, que o aparato estatal brasileiro não é eficaz enquanto agente fornecedor de direitos mínimos, visto que, consoante a ONG Plan Brasil, setenta por cento dos estudantes do país já presenciaram agressões, seja física ou verbal, entre seus colegas. Diante desse absurdo, é preciso se aliar aos ideais de Hayek, sociólogo iluminista, o qual defende que, no campo das condutas antissociais, deve haver sempre ações antecipatórias embutidas no esforço público. É imprescindível, então, que haja políticas estatais de caráter instrutivo, de modo a garantir a todos, assim, o pleno acesso à dignidade humana. Paralelo a isso, outro fator negativo para transpor as barreiras à humilhação é a insipiência coletiva. O sociólogo Bourdieu, inspirado pela concepção marxista, responsabiliza a família e a escola pela formação da personalidade humana, o que legitima, logo, o argumento de que muitos pais e docentes perpetuam, por ignorância, tabus para as gerações seguintes. Portanto, fica claro que a banalização de diálogos sobre a magnitude da diversidade humana prevaleceu ao longo dos anos a ponto de enraizar-se na sociedade contemporânea, o que pode viabilizar, consequentemente, transtornos psicológicos, físicos e, não raro, o suicídio. No entanto, isso pode ser atenuado por uma melhor gestão do Estado no âmbito escolar. Sob esse viés, cabe ao Ministério da Educação reforçar proativamente discussões nas escolas, com o apoio familiar, por meio de rodas de conversa guiadas pela abordagem bourdiana, projetos com material físico e online e palestras ministradas por estudantes de psicologia - visto que há estágio obrigatório nas universidades - a respeito do tema. Tal-qualmente, nos canais virtuais de grande alcance e midiáticos, por intermédio de campanhas e propagandas que busquem elucidar, notavelmente, a sociedade. Espera-se, com essa revolução, que todos, inclusive o próprio Estado, ampliem seu campo de visão e vençam esse desafio, o que garantirá, por fim, uma realidade complacente à ótica hayekiana. Afinal, como proferido pelo educador Paulo Freire, a educação muda as pessoas e pessoas transformam o mundo.