A famosa série norte americana ''Everybody Hates Chris'' retrata de forma ''bem humorada'' o drama vivenciado pelo protagonista Chris, que sofre bullying, agressões e ameaças de seu colega de escola Joey Caruso. Fora de ficção, o bullying é uma triste realidade conhecida e vivida dentro do ambiente escolar. A saber que, tal forma de maus-tratos trás sérios problemas ao desenvolvimento emocional das vítimas e dos agressores. Além disso, a questão é de difícil solução, pois tanto os pais quanto a escola não sabem como lidar com a situação e acabam negligenciando o assunto e agravando as consequências. No ano de 2003 um caso ocorrido na cidade de Taiúva, São Paulo, chocou o país, um ex-estudante da escola estadual do município, entrou no colégio armado e efetuou disparos contra alunos, matando 9 adolescentes e se suicidando depois. Na investigação do fato a polícia concluiu que o motivo do ataque foi o bullying sofrido pelo atirador quando ainda era estudante. Tal acontecimento demostra que o bullying deixa sequelas nas vítimas quando as mesmas não contam com apoio psicológico e familiar para superar o trauma. Segundo o estudo realizado pela Plan, os agressores também saem lesados, pode haver agravamento do comportamento agressivo, tornando-os mais suscetíveis a criminalidade, uso de drogas, depressão e suicídio. A grande maioria dos casos de maus-tratos ocorrem dentro da sala de aula, cerca de 21%, conforme a Plan. Contudo, as escolas e os professores não estão preparados para lidar/identificar a situação e muitos casos passam despercebidos ou são vistos como ''brincadeira de criança''. Outrossim, nas escolas públicas, principalmente, a superlotação de alunos em uma única sala, impossibilita o professor de dar atenção a cada um, o que também dificulta a solucionar o problema. Ademais, os pais dos alunos vítimas e agressores não dão a importância necessária a situação, deixando os filhos desamparados. Portanto, medidas são necessárias para resolver o impasse. Levando em consideração a superlotação das salas de aula e a dificuldade da escola em identificar e solucionar os casos de bullying, o ideal seria a presença de psicólogos no corpo docente de todas as instituições do país, com o fito de dar suporte psicológico a todos os estudantes e também para dar o tratamento adequado as vítimas de bullying e aos agressores. Ademais, os pais dos estudantes precisam entender que o bullying é um assunto sério e preocupante e para atingir tal objetivo, o Ministério da Educação deve fornecer uma cartilha aos pais dos alunos explicando os danos causados pelos maus-tratos e como eles devem lidar em casa com os filhos que são vítimas ou agressores.