Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: Os desafios da igualdade de gênero no Brasil

Redação enviada em 11/10/2018

Para a filósofa Simone Beauvoir, “não nasce mulher, torna-se”. Conforme sua análise a desigualdade de gênero advém de uma imposição e construção do papel social feminino. Historicamente há uma supremacia masculina que é utilizada como padrão para definir o comportamento feminino, dessa maneira, é notório que existe um desequilíbrio das relações intensificando as desigualdades de gênero no país, submetendo a mulher a uma opressão socioeconômica e sub-representatividade política. Por isso é importante discutir e combater essa problemática. Atualmente já houve conquistas, pois, a mulher conseguiu maior liberdade no mercado de trabalho, ainda não é o ideal, visto que, ainda existem diferenças salariais entre os gêneros. É preciso lembrar, também, que muitas mulheres possuem jornada dupla, porque além de trabalhar fora, as tarefas domésticas ainda são de sua responsabilidade. Por outro lado, uma das consequências dessa cultura machista é a violência, principalmente doméstica, sofrida por grande parte das mulheres, pois, muitos homens ainda estão submersos nesse comportamento e não aceitam a independência feminina. Logo, uma das maneiras que lidam com isso é usando sua força física. Um dos dados que comprovam essa violência sofrida pelas mulheres é a de que o Brasil é o quinto país do mundo com maior número de feminicídios, segundo a Organização Mundial de Saúde. Ademais, a ínfima representação política, compostos majoritariamente por homens, impossibilita que questões que afetam diretamente a mulher, como o aborto e o assédio sexual sejam decididos por quem realmente é afetado pelo problema. Outrossim, a imposição ideológica de gênero que faz parte do convívio social desde a primeira infância, reforça os estereótipos, por exemplo, de que meninos não podem brincar de boneca e nem usar a cor rosa. Ainda assim, há ditados populares que intensificam o machismo, como “você bate igual uma menina”, que contribui com o imaginário de que a mulher é um sexo frágil. Todos esses comportamentos fomenta a reprodução e perpetuação dos papéis sociais e, por conseguinte, fortalece a desigualdade entre homens e mulheres na sociedade. É necessário, portanto, enfrentar essa imposição social sobre os papeis de cada gênero. Para isso é necessário que as instituições de ensino, por meio da intervenção na socialização primária, para não só debater sobre igualdade de capacidade intelectual entre os sexos, como também evitar a imposição de ideologia de gêneros, estimulando brincadeiras e interações sociais compartilhadas entre meninos e meninas, a fim de desconstruir, a longo prazo, os papéis sociais designados para homens e mulheres. Além disso, cabe ao Ministério Público à criação de programas políticos para fomentar a equidade de gênero na ocupação de postos de poder e na distribuição de renda, por meio da aplicação de benefícios legais — como a redução de impostos para empresas que fornecerem acesso igualitário às oportunidades de emprego — como também da estipulação de um número mínimo de mulheres nos cargos políticos com o intuito de reduzir a desigualdade de gênero no território nacional.