Desde o Iluminismo, entende-se que uma sociedade só progride quando um se mobiliza com o problema do outro. Entretanto, ao se observar os desafios para o estabelecimento da igualdade de gênero, no Brasil, hodiernamente, verifica-se que esse ideal é constatado na teoria e não desejavelmente na prática e a problemática persiste intrinsecamente ligada à realidade do país. Nesse sentido, convém analisar as principais causas, consequências e possíveis soluções para esse impasse. Primordialmente, é indubitável que a questão constituição e sua aplicação estejam entre as causas do imbróglio. Segundo o filósofo grego Aristóteles, a política deve ser utilizada de modo que, por meio da justiça, o equilíbrio seja alcançado na sociedade. De maneira análoga, é possível perceber que a displicência para com as leis rompe com essa harmonia, haja visto que, em boa parte, a disparidade entre homens e mulheres se dá em virtude de irregularidades jurisprudenciais. Nesse âmbito, é válido mencionar o artigo 6º da Constituição Federal de 1988 que assegura como um dos direitos sociais a igualdade entre todos os indivíduos. No entanto, essa norma aparenta estar apenas no papel diante da 90º posição ocupada pela nação, no índice Global de igualdade de Gênero, realizado pelo Fórum Econômico Mundial. Essa conjuntura mostra que embora as legislações brasileiras sejam consideradas entre as melhores do mundo, elas enfrentam obstáculos na aplicação de muitos de seus dispositivos. Outrossim, destaca-se o machismo como decorrência da adversidade. De acordo com Durkheim, o fato social é uma maneira coletiva de pensar e agir dotada de generalidade, coercibilidade e exterioridade. Nessa perspectiva, averígua-se que, de modo a estabelecer divergências entre o pensamento do sociólogo e as interações sociais contemporâneas, a discrepância de gênero acaba fazendo com que o sexo masculino tenha um olhar de superioridade frente ao feminino e, com isso esse se vê incapacitado de realizar os mesmos feitos que o outro, quando, muitas vezes, os realizam com maior propriedade. Tendo em vista os argumentos supracitados, observa-se que o contraste de gêneros acarreta malefícios, cabendo à coletividade buscar meios de mitigá-lo. Desse modo, é notório que a dissemelhança de sexos necessita de soluções. Portanto, cabe aos Poderes Executivo e Legislativo, por meio de reuniões com a população civil e os ministérios que compõem a governabilidade do país, em câmaras municipais e/ou plenários, procurarem uma melhor fiscalização das normas que regem o país, para que haja a plena consumação delas e os empecilhos na execução de seus aparatos sejam mitigados. Concerna às famílias, mediante uma boa educação dialética, formarem jovens que saibam respeitar uns aos outros, objetivando o fim do machismo. Assim, será possível a formação de uma nação na qual todos sejam tratados com paridade, de modo que se desenhe um futuro melhor.