Na obra modernista ¨A hora da estrela¨ ,de Clarice Lispector, a autora evidencia, por meio do exemplo de Macabeia, a irregularidade salarial para mulheres e os conceitos arcaicos intrínsecos às relações sociais. Análogo a isso, o problema da esteriotipação da mulher, o qual é catalizado pela permanência de concepções patriarcalistas e ineficácia judiciaria no trabalho, ainda emperra uma maior visibilidade e valorização da mulher no Brasil. Posto isso, fica claro a necessidade de engendrar subterfúgios para a extinção da defasagem de direitos entre homem e mulheres, bem como o combate ao caráter inercial do problema por meio de uma educação de qualidade. É incontrovertível que as concepções equivocadas acerca da função social da mulher está entre um dos fatores que corroboram para a perpetualidade da problemática. Conforme Albert Einstein, ¨a não ser que modifiquemos a nossa maneira de pensar, não seremos capazes de resolver os problemas causados pela forma com a qual nos acostumamos ver o mundo¨, ou seja, uma mudança de conceitos acerca dos arranjos familiares e laborais são indispensáveis para a construção de uma sociedade harmônica. Dessa maneira, nota-se a necessidade da escola protagonizar a subversão da atual situação feminina na sociedade brasileira mediante a conscientização dos futuros cidadãos, fazendo valer os princípios de igualdade e fraternidade da Revolução Francesa. Ademais, assim como na alegoria da caverna de Platão, a sociedade brasileira esta acorrentada à concepção de que o trabalho da mulher se resume as tarefas domesticas. Dessa maneira, tendo em vista a forte influência do senso comum nas configurações inferiorizantes impostas à mulher no âmbito laboral, a disparidade salarial entre homens e mulheres ainda é recorrente. Conquanto, o ¨contrato social¨ proposto por Locke é explicitamente contraposto pelo descaso estatal na questão da igualdade de gênero, posto que o Estado tem por finalidade a garantia dos direitos inalienáveis ao homem. Logo, percebe-se a importância da ação governamental na manutenção da justiça e regularidade do trabalho para que o principio de isonomia da Constituição Cidadã seja praticado. Depreende-se, portanto que mediadas institucionais são necessárias para uma manior valorização da mulher. Destarte, é preciso que o Ministério da Justiça se comprometa com uma melhor aplicação das leis previstas na CLT, com o apuramento das denuncias de irregularidade trabalhista mediante a órgãos sindicais, além de regulamentar o trabalho informal, com o intuito de garantir todos os direitos fundamentais. Além do mais, faz-se mister, também, que a escola, enquanto instituição formadora de valores, se proponha a combater a cultura machista e a permanência do patriarcalismo, com aulas e palestras ministradas por profissionais de direitos humanos e civis, além de dinamizar as aulas de sociologia, filosofia e historia, para que,além da aplicação conteudista, seja proposto ao aluno uma reflexão critica acerca das problemáticas sociais. Sendo assim, a sociedade brasileira assemelhar-se-á ao ¨corpo social¨ proposto por Durkhein.