Segundo Simone de Beavouir, ativista do movimento feminista, "Ninguém nasce mulher, torna-se mulher", portanto os padrões de gênero não são biológicos e sim, sociais. No Brasil, apesar das conquistas femininas, o pensamento patriarcal do período colonial ainda predomina sobre a visão da sociedade, o que acentua as disparidades entre homens e mulheres, seja no mercado de trabalho, na formação acadêmica ou ainda, na política. Analisar quais são os fatores que estimulam a desigualdade de gênero no país e criar mecanismos para solucionar tal problemática é o caminho para a aplicabilidade do conceito de isonomia. Em primeiro lugar, torna-se necessário destacar que o fator histórico-cultural encontra-se como uma das barreiras enfrentadas para a igualdade de gênero, uma vez que cria estigmas sociais, esteriótipos direcionados à mulher classificando-as como "sexo frágil" e instáveis emocionalmente, por isso devem ser impedidas de realizar tarefas ou seguir carreira em profissões racionais (atividades tradicionalmente convencionadas aos homens), ou até mesmo que não obterão sucesso caso optem por esse caminho, ainda é discurso defendido pela maior parte da população brasileira.Entretanto, exemplos como o da cientista Marie Curie, única pessoa a receber duas vezes o prêmio Nobel, enfraquecem a herança desse tipo de visão inferiorizada pelo qual sofrem as mulheres. É fundamental pontuar, ainda, que a pouca representatividade da mulher no meio político gera um cenário propício à desigualdade de gênero, visto que o homem encontra-se em posição de destaque nas grandes decisões do país, enquanto a mulher, continua participando em segundo plano, de forma menos efetiva, corroborando para a manutenção de discursos machistas e sexistas e pela visão subestimada da capacidade feminina em cargos e posições de liderança. Fica claro, portanto, que a desigualdade de gênero no Brasil é um problema social grave, que precisa ser solucionado e erradicado. Desse modo, a fim de desconstruir esteriótipos culturais que impeçam a igualdade, as Instituições de ensino como escolar e Universidades, devem atuar promovendo debates acerca do papel social da mulher e do conceito de gênero, bem como seminários e feiras que ofereçam informações por meio de palestras, de forma a desfazer pensamentos, discursos e atitudes sexistas. Cabe ainda ao poder Legislativo, permitir a igualdade de representação política às mulheres, criando cotas que possibilitem acesso de forma igualitária ao número de cadeiras no Senado, por exemplo. Dessa forma, estaremos, de fato, progredindo para que os padrões de gênero sejam redefinidos.