Tirésias, um famoso profeta da mitologia grega, tornou-se mulher durante 7 anos após matar uma cobra fêmea que estava copulando. Por isso, ele conhecia os prazeres e as desvantagens de cada sexo, sabendo se colocar no lugar do outro. Inserindo essa história na realidade atual, a falta de pessoas como Tirésias faz com que a desigualdade de gênero perpetue até os dias atuais, em que homens ocupam vagas mais importantes de trabalho e recebem salários mais altos pelo mesmo serviço realizado também por mulheres. Tais fatos trazem a tona a necessidade de discussão acerca desse tema. Em primeiro plano, é necessário frisar que, independente de características físicas e biológicas, o conceito grego de isonomia, originado na época Iluminista, diz que todos os seres humanos são iguais perante a lei. Tal conceito perdura até hoje, entretanto, essa igualdade é viabilizada apenas na teoria, visto que as mulheres têm menor participação política e econômica no cenário brasileiro atual. Isso deriva de uma sociedade patriarcal, em que o "dever" dos homens era sair de casa para trabalhar e sustentar a família, enquanto o das mulheres era ficar em casa para limpar, cozinhar e cuidar dos filhos. Preconceitos que se perpetuam até hoje e contribuem para a desigualdade de gênero. Ademais, a falta da figura feminina nos cargos políticos agrava ainda mais a disparidade entre os sexos. De acordo com pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as mulheres representam mais de 50% da população nacional, porém, ocupam apenas cerca de 13% dos cargos eletivos. Com essa falta de representatividade, os projetos de lei criados, baseados nos ideais feministas de igualdade, perdem força e, consequentemente, acabam não sendo aprovados, fazendo com que a busca pela isonomia entre os sexos fique dificultada. Em suma, ações são necessárias para solucionar esse problema. O Governo Federal deve implantar um projeto na Câmara de Deputados e no Senado, em que 50% dos cargos devem ser preenchidos por mulheres, buscando aumentar a representatividade feminina na política, além de favorecer a parcela populacional composta por mulheres como um todo, por meio de novas leis igualitárias, as quais diminuirão a desigualdade. Além disso, o Ministério da Educação, em parceria com as escolas, deve promover palestras sobre igualdade de gênero, como meio de erradicar os ideais de superioridade masculina, eliminando o preconceito e disseminando as distinções entre os gêneros, como fez Tirésias.