Desde o Iluminismo, entende-se que uma sociedade só progride quando um se mobiliza com o problema do outro. No entanto, quando se observa a desigualdade de gênero no Brasil, atualmente, verifica-se que esse ideal iluminista é constatado apenas na teoria e não na prática e, a problemática persiste ligada à realidade do país, seja pelo pensamento machista seja pela dificuldade da mulher se impor no mercado de trabalho. Logo, é preciso modificar esse contexto. Um aspecto a se considerar, acerca da busca de igualdade de gênero, é o machismo enraizado entre a população. Para o filósofo John Locke, a imposição de superioridade ou inferioridade do homem em relação à mulher é uma criação da sociedade e não uma verdade absoluta. Em tese, esse pensamento diverge àquele encontrado entre os brasileiros, no qual coloca o indivíduo feminino como frágil, destinado a educação dos filhos, marido e afazeres domésticos. Isso é observado em atos cotidianos, em que pais distinguem brinquedos de menina ( bonecas e panelas), dos brinquedos de meninos, transmitindo essa ideia.Dessa forma, é notório que alterar a consciência da sociedade sobre o papel da mulher é um desafio relevante. Outro aspecto considerável é a barreira enfrentada pela mulher no campo profissional. Em primeiro lugar, o salário de um homem ainda é superior ao de uma mulher pelo simples fator de gênero, posto que algumas empresas afirmam que elas possuem melhor índice de qualificação, mas podem tirar licença à maternidade, o que, do ponto de vista preconceituoso utilizado pelas empresas, gera prejuízos financeiros, segundo dados da USP. Em segundo lugar,os cargos de chefia dificilmente são ocupados por mulheres, cerca de 7,7% de acordo com a Fundação Getúlio Vargas, pois elas são vistas como inferiores e incapazes de transmitir a credibilidade necessária. Sendo assim, a desvalorização do trabalho feminino é observado no país. Diante desses fatores, é imprescindível alterar esse quadro. Para isso, o Governo Federal deve elaborar um projeto de lei, para ser aprovado no Senado, que obrigue as empresas a possuírem uma determinada porcentagem de funcionárias, e que seus salários sejam iguais aos demais, e caso haja denúncia de desrespeito a essa lei, multas sejam pagas, afim de uma tentativa de maior garantia de igualdade de gênero. Assim, será possível que o ideal iluminista também funcione na prática.