Título da redação:

Redação sem título.

Proposta: Os desafios da igualdade de gênero no Brasil

Redação enviada em 01/10/2018

A Declaração Universal dos Direitos Humanos, feita pela ONU em 1948, garante a todos os indivíduos o direito à liberdade, igualdade e ao bem-estar social. Todavia, não obstante, o aumento do índice de desigualdade entre homens e mulheres, no Brasil, conforme dados mostrados pelo Fórum Econômico Mundial, põe em xeque a isonomia proposta pelo documento. Desse modo, convém analisar as questões precípuas que motivam a problemática, bem como caminhos para combatê-la. Cabe pontuar, a princípio, provectos fatores históricos como impulsionadores da discrepância de gênero hodierna. Nesse contexto, sabe-se que, até meados do século XIX, o país foi marcado por uma sociedade patriarcal, em que a figura feminina ocupava posição subalterna em relação ao patriarca – chefe de família. Dessa forma, e em consonância com o ideário lamarckista de que o meio determina o ser, o papel atribuído à mulher, na esfera social, limitava-se à capacidade de procriação, não podendo, assim, exercer a cidadania, no que tange ao direito de votar e participar do âmbito político. Logo, nota-se que as barreiras atuais para a igualdade de gênero advêm de uma herança histórica. Vale ressaltar, ainda, a educação como fator preponderante na acentuação da desigualdade entre homens e mulheres. Segundo o filósofo Immanuel Kant, o ser humano é aquilo que a educação faz dele. Nesse sentido, pode-se dizer que as instituições familiares, as quais atuam no processo de socialização primária dos indivíduos, ao transmitirem concepções de que “lugar de mulher é na cozinha”, ou ainda, de que “homem não chora”, contribuem para a formação de estereótipos que aprofundam as diferenças entre os gêneros. Dessa maneira, é evidente o papel da família na construção de preconceitos, no que tange aos papéis exercidos por homens e mulheres no tecido social. Infere-se, portanto, que ainda há entraves para garantir a isonomia inerente aos indivíduos. Sob ângulo aristotélico de que a política deve ser exercida de modo que, por meio da justiça, o equilíbrio seja alcançado na sociedade, é mister a atuação das instituições escolares na desconstrução do ideário de desigualdade entre os gêneros. Isso pode ser feito por meio do desenvolvimento de campanhas, em parceria com os pais dos discentes, e da realização de palestras com psicólogos, os quais atuarão na orientação aos pais, no que tange ao tratamento igualitário a ser dado para garotos e garotas, a fim de mitigar práticas que privilegiam o gênero masculino. Outrossim, o Ministério do Trabalho deve atuar na maior fiscalização das empresas, por intermédio do estabelecimento de percentuais igualitários, no que diz respeito à contratação de homens e mulheres, com o fito de garantir a presença feminina no mercado de trabalho. Só assim, caminhar-se-á à equidade proposta pela Magna Carta.