Sob a perspectiva filosófica de São Tomás de Aquino, todos os indivíduos de uma sociedade democrática possuem a mesma importância, além dos mesmos direitos e deveres. Entretanto, a desigualdade de gênero, por meio da baixa participação feminina no mercado de trabalho, bem como a falta de representação feminina no poder legislativo, impedem que essa parcela da população usufrua dos direitos constitucionais na prática. Com efeito, evindencia-se necessidades de atenuar os desafios enfrentados na luta pela igualdade de gênero no país. Deve-se pontuar, de início, que o aparato estatal brasileiro é ineficiente no que diz respeito à manutenção dos direitos representativos das mulheres em cargos públicos. À vista disso, nota-se que é a primeira vez desde o governo de Ernesto Geisel (1974-1979), ainda durante a ditadura militar, que não há uma mulher à frente de um ministério no Brasil. Isso, consoante ao fato de que apesar da existência no Brasil de uma cota de 30% de candidatas em eleições proporcionais, preenchida frequentemente com candidatas fantasmas, ocorre porque partidos políticos no Brasil têm mecanismos de controle que geram persistência das desigualdades de gênero na política. Tal fato se reflete nos ínfimos de um longo caminho a percorrer quando se trata de igualdade de direitos em relação aos homens. Outrossim, a participação feminina no mercado de trabalho ainda é relativamente inferior em relação à masculina. Tristemente, a existência da discriminação contra mulheres é reflexo da valorização dos padrões criados pela consciência coletiva. No entanto, segundo Eva Blay, professora titular do Departamento de Sociologia da USP, as diferenças entre mulheres e homens no mercado de trabalho se materializam em diversos níveis. Começam pelas possibilidades e formas de entrada nesse mercado, passam pelas ocupações exercidas e culminam nos rendimentos salariais médios. Além disso, é necessário e inadiável nutrir o debate e a desconstrução dos papéis sociais de gênero a fim de edificar um mercado de trabalho e uma sociedade mais igualitários em condições e oportunidades para homens e mulheres. Sendo assim, é indispensável a adoção de medidas capazes de mitigar os desafios responsáveis pela desigualdade de gênero no país. Posto isso, cabe ao Ministério da Educação em parceria com o Governo Federal, a realização de projetos interativos, por meio do debate de obras literárias nas escolas que reflitam sobre o papel da mulher ao longo das épocas e como essa ganhou grande destaque no campo artístico e social. Dessa forma, com o intuito de promover a valorização de uma conjuntura social mais justa e igualitária para ambos os gêneros.