Desde o iluminismo, entende-se que uma sociedade só progride quando um se mobiliza com o problema do outro. No entanto, quando se observa os desafios da igualdade de gênero, no Brasil, hodiernamente, verifica-se que esse ideal iluminista é constatado na teoria e não desejavelmente na prática e a problemática persiste intrinsecamente ligada à realidade do país, seja pela representatividade política, seja pela violência. Nesse sentido, convém analisarmos as principais consequências de tal postura negligente para a sociedade. É indubitável que a questão constitucional e a sua aplicação estejam entre as causas do problema. Segundo o filósofo grego Aristóteles, a política deve ser utilizada de modo que, por meio da justiça, o equilíbrio seja alcançado na sociedade. De maneira análoga, é possível perceber que, no Brasil, a representação feminina rompe essa harmonia, haja vista que com a falta de representação feminina no legislativo, projetos e temas fundamentais para garantir os direitos das mulheres e a igualdade de gênero acabam prejudicados. Outrossim, destaca-se a violência como impulsionador do problema. De acordo com Durkheim, o fato social é uma maneira coletiva de agir e de pensar, dotada de exterioridade, generalidade e coercitividade. Seguindo essa linha de pensamento, observa-se que os indivíduos que sofrem mais com essa situação são as mulheres e a comunidade LGBT, devido a fatores históricos e biológicos. E estes vendo as notícias diariamente nos meios de comunicação, ficam frustrados com a situação da sociedade, ficando com um certo medo das pessoas. É evidente, portanto, que ainda há entraves para garantir a solidificação de políticas que visem à construção de um mundo melhor. Assim sendo, o Poder Legislativo deve propor leis que promovam uma melhor inserção de diferentes gêneros na câmara legislativa. Pois como já dito pelo pedagogo Paulo Freire, a educação transforma as pessoas, e essas mudam o mundo. Logo, o Ministério da Educação deve instituir, nas escolas, palestras ministradas por psicólogos, que discutam o combate a violência contra as mulheres e a comunidade LGBT a fim de que o tecido social se desprenda de certos tabus para que não viva a realidade das sombras, assim como na alegoria da caverna de Platão.