Na Idade Média, a mulher vivia uma condição legal limitada e sem direitos políticos. Hoje, no Brasil, esse modelo ecoa na sociedade com algumas conquistas, mas ainda com uma grande desigualdade. De fato, a igualdade de gênero parece ficar somente no imaginário do brasileiro. Essa imagem de desesperança nasce da atuação ineficaz do Estado. De acordo com o Michel Foucault, legalidade e legitimidade estão em âmbitos separados, ou seja, aquilo que é legal não será necessariamente legítimo. Ao analisar as ações do Estado no que tangencia tal problemática a partir da ótica de Foucault, nota-se o exercício do mesmo apenas no campo da legalidade enquanto as legitimações de suas políticas de inclusão ficam em outro plano. Ora, se não há busca por ações que tornem o que está, previsto por lei em realidade, não há com esperar por mudanças. Ademais, corrobora para tal mazela a própria cultura familiar. Tido como inferior ao homem, a mulher se torna incapaz de realizar mesma tarefas que o gênero masculino. O caso da cientista Marie Curie --a qual não foi aceita para trabalhar na universidade na sua área por simplesmente ser mulher-- comprava tal fenômeno. Dessa forma, é importante que a família promova a discussão sobre a igualdade de gênero através de conversas com o intuito de minimizar o fenômeno da segregação. Do mesmo modo, faz-se necessário a atuação de dois agentes: o Estado e a Mídia. Ao primeiro, cabe o apoio ao ingresso feminino em empresas, por meio de incentivo fiscais e capacitação das que tiverem mais dificuldade, para que o gênero alcance independência. Já o segundo deve quebrar a ideia de que mulher é o sexo frágil, por meio de campanhas publicitárias, para que costumes antigos não ecoem na sociedade brasileira.