Título da redação:

É preciso extirpar o machismo

Tema de redação: Os desafios da igualdade de gênero no Brasil

Redação enviada em 29/01/2019

Os recentes protestos contra a palestra da intelectual Judith Butler, que é um expoente mundial na filosofia de gêneros, demonstram o quão distante o Brasil está de ser uma sociedade igualitária e aberta ao debate. Esse fato explicita que as mulheres brasileiras ainda estão a mercê de uma sociedade patriarcalista, que apoiada à baixa representatividade política feminina, impedem a solução do problema da desigualdade de gênero. Primeiramente, deve ser ressaltado que, no Brasil, a sociedade com foco no homem tem origem no "modus operandi" dos europeus quando da colonização do país, haja vista que foi imposto aos nativos o modo de vida europeu e a religião católica, os quais pregam a supremacia masculina sobre a mulher. Por conseguinte, nos dia de hoje, o povo brasileiro tem arraigado um sentimento machista, o qual só poderá ser superado por meio de uma educação que pregue a igualdade entre os sexos desde o ensino básico. Ademais, um dos reflexos da sociedade sexista brasileira é a baixa representatividade política da mulher. Conforme dados do Organização das Nações Unidas (ONU), elas são pouco mais de 10% dos assentos do parlamento brasileiro (Câmara dos deputados e Senado). Porém, é importante salientar que um dos motivos de poucas mulheres serem eleitas está no machismo político-partidário, pois, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o repasse de verbas aos candidatos ainda é feito de forma desigual quando considerado o sexo dos candidatos. Em vista disso, ainda são poucas as representantes dos interesses femininos no Governo, fator este que impede a aprovação de muitas propostas de leis que reduziriam as disparidades entre homens e mulheres. É indubitável, portanto, que, no Brasil, a problemática da desigualdade de gêneros precisa ser solucionada. Desse modo, o Ministério da Educação em conjunto com as escolas devem inserir no conteúdo escolar a igualdade de gênero desde de o início da educação, além de realizar palestras e debates sobre o assunto durante todo o ano letivo, com o intuito de extirpar o machismo do seio da sociedade brasileira. Outrossim, deve ser criada uma lei ou por iniciativa popular, ou pelo Senado ou pela Câmara dos Deputados, criando cotas mínimas de 30% dos assentos no parlamento para serem ocupados por mulheres (trans ou cis), com o fito de aumentar a representatividade política feminina mesmo que os partidos não distribuam de forma igual os repasses do fundo partidário. Somente assim, o Brasil se tornará um país igualitário e aberto ao debate e, portanto, não serão mais vistos protestos contra os intelectuais que vêm prestigiar o país com suas presenças.