A sociedade tem passado, ao longo dos anos, por diversas transformações comportamentais e mudanças conceituais diante da realidade que a cerca. Porém, a dificuldade em lidar com o diferente, assim como aceitar e compreender o que foge do padrão é um grande desafio a ser superado ainda nos dias de hoje. Diante desse contexto, as crianças portadoras de necessidades especiais muitas vezes são tratadas como inferiores ou incapazes, pelo fato de apresentarem condições físicas, mentais e\ou comportamentais diferentes, sendo excluídas do convívio com os demais, inclusive no ambiente escolar. No Brasil, houve um importante avanço na inclusão da criança com deficiência na escola regular nos últimos anos. Com isso, ao lidar com uma realidade cada vez mais plural, alunos, professores, pais e gestores deparam-se com uma escola cada vez mais representativa, porém despreparada para lidar com a diversidade. Assim sendo, embora assegurado pela constituição de 1988, o atendimento educacional especializado não é uma realidade em muitas escolas brasileiras, o que dificulta o acesso e a permanência do aluno especial nas instituições de ensino regular. Nesse contexto, existem as limitações de acesso proporcionadas pelas barreiras arquitetônicas, como falta de rampas de acesso, assim como salas de aula inapropriadas e banheiros não adaptados. Além disso, ocorrem as carências técnicas, como professores sem formação especializada ou sem auxílio de monitor de sala com formação apropriada para receber o público especial. Porém, não são esses apenas os desafios no ensino, pois é preciso também eliminar o preconceito nas salas de aula e fortalecer o estímulo à diversidade e o combate à exclusão. Com isso, faz-se necessária a intervenção do poder público na ampliação dos investimentos estruturais para adequação física das escolas (criação de rampas de acesso, salas de aulas e banheiros adaptados), mediante à articulação entre as secretarias de infra estrutura e de educação. Além disso, ofertar curso específico de capacitação e reciclagem, por meio do Ministério da Educação, aos professores das redes de ensino, assim como a contratação de monitores especializados para auxílio nas salas de aula com alunos de demanda especial. Junto a isso, também é essencial a presença do psicopedagogo no ambiente escolar para proporcionar ao aluno, professores, pais e gestores suporte psicológico e educacional com vista à promover a melhor consciência de alteridade no ambiente de ensino e fora dele. E, por fim, realização de campanhas vinculadas em mídia impressa, TV e rádio para esclarecimento e combate ao preconceito das pessoas com deficiência.