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Redação sem título.

Tema de redação: Os desafios da educação especial inclusiva no Brasil

Redação enviada em 31/10/2016

Em sociologia, instituições são mecanismos reguladores e normativos, sendo que a escola está incluída nesse grupo. Entretanto, o sociólogo Zygmunt Bauman afirmou, em seu conceito de modernidade líquida, que organizações - antes sólidas - estão se liquefazendo. Nesse contexto, o ensino, anteriormente marcado pela exclusão, sobretudo de deficientes, está se dissolvendo em um instrumento inclusivo. Contudo, apesar de avanços evidentes- como a elevação, segundo o Censo Escolar, de 13% para 79% de pessoas com deficiência em colégios comuns - a educação brasileira ainda enfrenta empecilhos que precisam ser contornados para torná-la mais democrática. É preciso considerar, antes de tudo, o panorama legislativo e histórico envolvido. De acordo com Aristóteles, “Devemos tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na medida de sua desigualdade”. Seguindo esse raciocínio, a escola inclusiva seria um meio de promover a equidade e desconstruir o preconceito arraigado na sociedade quanto aos deficientes - o qual vem desde a Grécia Antiga, em que esses eram mortos por representarem um retrocesso. Por outro lado, embora o Brasil tenha criado o Estatuto da Pessoa com Deficiência, a fim de tornar o país um lugar mais igualitário, suas diretrizes são pouco aplicadas. Sem dúvida, isso é reflexo de uma ociosidade da justiça nacional, haja vista que a Constituição de 1988 - que garante a educação como um direito de todos - é uma das maiores do mundo e ainda necessita de emendas, mostrando que o problema não está na falta de leis, mas na baixa aplicação delas. Somando-se a isso, é imprescindível pontuar a falta de adaptação dos colégios Sem dúvida, grande parte dessas instituições não estão capacitadas para receber deficientes, ao passo que há um déficit de professores qualificados para trabalhar com esses indivíduos, principalmente em relação aos que se comunicam por LIBRAS. Além disso, as escolas carecem de materiais próprios, como livros em braile e ambientes adequados - com rampas e portas espaçadas, por exemplo. Nesse sentido, esses obstáculos impedem a convivência entre diferentes, a qual levaria à aceitação da diversidade, ao engajamento, à aprendizagem e ao respeito entre todos. Fica evidente, portanto, a necessidade de ações que resolvam o impasse. Logo, é preciso que o governo federal crie parcerias público-privadas, fornecendo incentivos, como a redução de impostos, às empresas que investirem na infraestrutura dos colégios, equipando-os para ampliar o acesso dos deficientes. Acrescenta-se a isso, o papel fundamental do Ministério da Educação e Cultura de fornecer cursos preparatórios aos professores, a fim de que possam atender a todos de forma eficaz. Também é importante que a mídia desconstrua o preconceito existente, a partir de programas educativos e ficções engajadas - como novelas. Ademais, outras medidas devem ser tomadas, porém, como disse Vinicius de Moraes: “O mais importante é dar o primeiro passo”.