Título da redação:

Redação sem título.

Proposta: Os desafios da educação especial inclusiva no Brasil

Redação enviada em 31/10/2016

Segundo a Constituição Federal vigente no Brasil, a educação é um direito de todos e é dever do Estado zelar e promover esse direito universal. Por conseguinte, tal enunciado abrange, também, os portadores de doenças, sejam elas físicas ou mentais. Logo, o indivíduo deficiente tem o direito de frequentar o ambiente escolar juntamente com os demais alunos, deficientes ou não, e , além disso, ser recebido e tratado de forma justa e suficiente no que se refere ao atendimento especializado que necessita. Porém, no Brasil, essa educação especial inclusiva enfrenta empecilhos de ordem estrutural e social. O primeiro se refere à falta de preparo dos profissionais de educação para lidar com o aluno deficiente, além da falta de infraestrutura das escolas para recebê-lo. O segundo é o problema do preconceito, intrínseco à realidade de muitos brasileiros, o qual dificulta a inserção do indivíduo especial no ambiente escolar e reproduz atitudes imorais por meios das novas gerações. Tal despreparo dos educadores é um problema advindo do modo com que esses são formados. Nos cursos de licenciatura e magistério não há o devido espaço para disciplinas que deem lastro para que os futuros professores saibam lidar com as demandas que um aluno especial despende, seja na forma de expor o conteúdo, de se exigir do mesmo ou de como inseri-lo na sala de aula. Dessa forma, o que se percebe é um professor que tem receio de receber um aluno com essas necessidades e que não consegue o atender satisfatoriamente, logo, esse aluno acaba por não absorver o conteúdo e não se integrar aos demais colegas, em muitos casos. Porém, não é só esse o problema enfrentado pelos deficientes no âmbito escolar, já que, muitas vezes, o espaço educacional não possui uma infraestrutura preparada para acolhê-los. Em muitas escolas, por exemplo, não há rampas de acesso para cadeirantes, elevadores em funcionamento, assentos especiais ou armários adaptados. Tais dificuldades, além de prejudicarem a formação acadêmica e social do indivíduo deficiente, podem desmotivá-lo e fazê-lo sentir excluído. Esse sentimento de exclusão é reforçado pelo forte preconceito que esse indivíduo sofre por alguns de seus colegas e professores. São vários os casos de agressões físicas e psicológicas contra alunos especiais, principalmente na forma de “bullying” e “cyberbullying”, os quais agridem a imagem do deficiente e o faz se sentir humilhado por seus colegas, seja no espaço escolar ou nas redes sociais. Por consequência, seu desenvolvimento na escola é prejudicado e seu direito à educação é violado. A partir disso, para que a educação especial seja uma realidade de fato no Brasil, conclui-se que é preciso agir em duas frentes. A primeira diz respeito à estrutura da escola. Devem-se incluir disciplinas especializadas em educação dos deficientes nas licenciaturas e magistérios, para que os professores saibam lidar com os alunos especiais. Ainda, as secretarias de educação devem priorizar a construção de uma infraestrutura acessível para deficientes, incluindo rampas, corrimões, elevadores e cadeiras especiais. A segunda frente se refere ao modo como a sociedade encara a diversidade. Necessita-se mudar gradualmente o ideal preconceituoso de muitos brasileiros. Com esse intuito, é preciso que o jovem tenha contato com o diferente na escola, para que aprenda a respeitar e celebrar as diferenças, juntamente com uma educação familiar pautada nos ensinamentos de respeito ao próximo. Só assim o direito constitucional da educação será, verdadeiramente, universal no Brasil.