Título da redação:

A educação e os desafios de inclusão

Tema de redação: Os desafios da educação especial inclusiva no Brasil

Redação enviada em 09/04/2018

Deficiência. Escola. Preconceito. Evasão. Essa sequência evidencia um grande desafio que a educação especial inclusiva enfrenta no Brasil. A educação de qualidade garante o futuro de uma pessoa no mercado de trabalho, ampliando suas oportunidades, e às pessoas que possuem algum tipo de deficiência que estão inseridas nesse contexto. Entretanto, em virtude da existência do preconceito e do descaso governamental, a educação não tem cumprido o seu papel de inclusão social, o que precisa de soluções urgentes. A princípio, é necessário considerar que o preconceito é um dos responsáveis pelo problema. Na obra “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, o realista Machado de Assis expõe, por meio da repulsa do personagem principal em relação à deficiência física (ela era “coxa”), a maneira como a sociedade brasileira trata os deficientes. Atualmente, mesmo após avanços nos direitos desses cidadãos, a situação de exclusão e preconceito permanece e se reflete na precária condição da educação ofertada com a inexistência de aulas inclusivas e proativas, além da falta de capacitação dos professores para receber um aluno deficiente, o que dificulta o seu pleno desenvolvimento e sua autonomia. Outrossim, vale ressaltar que a passividade governamental agrava esse impasse. Um exemplo que ilustra essa problemática ocorreu com a estudante surda Natália Carla, da cidade de Santos, ao prestar a prova do Enem em 2017 e não conseguir entender a prova por causa da falta do material adaptado, dificultando a leitura e a interpretação das questões. Essa conjuntura, de acordo com as ideias do contratualista John Locke, configura-se uma violação do “contrato social”, já que o Estado não cumpre sua função de garantir que tais cidadãos gozem de direitos imprescindíveis (como direito à educação de qualidade) para a manutenção da igualdade entre os membros da sociedade, o que expõe os surdos a uma condição de ainda maior exclusão e desrespeito. Dessarte, urge que o Estado, por meio de envio de recursos ao Ministério da Educação, promova a capacitação de profissionais para atuarem com aulas proativas e inclusivas com os materiais adaptados aos diversos tipos de deficiências, objetivando a valorização e a desconstrução de preconceitos enraizados. Ademais, o Mec deve criar uma reforma curricular que torne o ensino de Libras obrigatório em todas as escolas, por intermédio de consultas na internet para a determinação da carga horária, além de reformular a prova do Enem adaptada na língua de sinais, visando a ampliação da equidade de tratamento e acesso à educação de qualidade. Logo, será possível reverter um passado de preconceito e exclusão, narrado por Machado de Assis, e ofertar condições mais justas a esses cidadãos.