É indubitável que o Brasil possui sérios problemas tangentes ao desrespeito às leis vigentes. Nesse viés, o elevado número de mortes por acidentes no trânsito é sintomático de fatores sociais, morais e administrativos do país. Sendo uma situação inaceitável, de caráter repudiável, que deve ser combatida. A priori, é válido ressaltar que os jovens são os mais afetados pela problemática estatisticamente. Nesse contexto, a visão distorcida do carpe diem, surgido no Arcadismo, de que a vida deve ser vivida, leva a crer entre os mais novos que o importante é aproveitar o momento a qualquer custo. Destarte, atitudes impensadas e, não raro, imprudentes viabilizam situações de embriagues ou o uso de aparelhos eletrônicos ao volante. Outrossim, o individualismo da sociedade moderna estimula a ausência de preocupação com a segurança de outrem. Tornando-se o comprometimento de um para com todos uma raridade não só no país, mas também no mundo. Assim, a visão do escritor Franz Kafka, de que a solidariedade é o sentimento que melhor expressa o respeito pela dignidade humana, se ausenta –sendo a imprudência no trânsito uma realidade que custa vidas. Além disso, a falta de manutenção das estradas configura-se como um dos problemas a serem combatidos. Segundo representes do setor de transporte brasileiro, quase 50% das estradas pavimentadas estão em regular, ruim ou péssimas condições, uma realidade que fragiliza a segurança da população e prejudica o direito garantido de ir e vir presente na constituição. Por conseguinte, torna-se indispensável medidas que busquem preservar, por meio da prevenção, as vidas nos trânsitos brasileiros. Primordialmente, faz-se essencial que a população seja conscientizada por meio de campanhas nacionais, realizada pelo setor midiático do país, utilizando comerciais nos intervalos dos programas televisivos e anúncios em redes sociais. Ademais, cabe ao Ministério da Educação promover, nas escolas, oficinas e palestras com profissionais do trânsito sobre os perigos da direção irresponsável. É mister, também, que o governo federal aumente a punição para a legislação vigente, como a Lei Seca, e punir com sansões ficais as empresas privadas que negligenciam a manutenção das estradas do país. Dessa forma, a nação poderá entender a dignidade humana, conforme disse Kafka.