É consenso que um dos principais desafios da contemporaneidade é a redução dos acidentes de trânsito no Brasil. Tal necessidade advém do apreço por uma sociedade que priorize mais a vida e uma boa convivência coletiva em detrimento de atitudes irresponsáveis e egoístas. Deste modo, urge a mobilização conjunta do Estado e da população para a reversão deste cenário. Em primeiro lugar, é importante salientar que o país esta em quarto lugar do ranking de países com maior quantidade de morte devido a acidentes de trânsito, segundo o Instituto Avante. Neste sentido, sabe-se que a impunidade destaca-se como um dos fatores recorrentes nessas tragédias, pois, mesmo com dispositivos criados, como a Lei Seca, um passo essencial para debelar essa triste realidade, o número de vítimas só cresce. Neste contexto, Hans Jonas, em seu estudo filosófico, elegeu a irresponsabilidade como um dos principais dilemas contemporâneos. O seu pensamento de que a base de uma sociedade é construir seus fundamentos pensando nas próximas gerações exemplifica o ideal de comportamento desejado dos indivíduos. Analogamente, percebe-se a relevância dos exemplos passados para os futuros condutores: crianças que convivem em situações de irresponsabilidade no trânsito tendem a reproduzir este comportamento, fato que transforma o problema em um ciclo. Diante disso, dirigir embriagado, fazer uso do celular ao volante e exceder o limite de velocidade são atitudes que devem ser abolidas para atenuar essa questão. Entende-se, portanto, a necessidade do esforço coletivo para haver o fim deste cenário. Para isso, o Poder Legislativo deve aumentar as fiscalizações e tornar mais rígidas as punições para os casos de infração por meio de ações como a tolerância zero para teores alcoólicos e retenção de carteira seguida de palestras sobre o crime cometido. Aliado a isso, o Ministério da Educação pode inserir no currículo escolar uma disciplina que aborde as questões acerca do trânsito, tanto para pedestres quanto para condutores, com o objetivo de educar, desde a infância, a população e por um fim ao ciclo supracitado.