Em meados do século XX, o presidente Juscelino Kubitschek empolgou a população ao investir no rodoviarismo, desenvolvendo um ambiente mais moderno no Brasil. Entretanto, esse modelo de transportes tornou-se a causa de uma grande problemática atual: os recorrentes acidentes no trânsito. Nesse sentido, é preciso discutir seus fatores motivadores para entender os reveses dessa questão no país. Antes de tudo, é necessário analisar como o ritmo de vida contemporânea contribui para os acidentes nas estradas e avenidas. Isso ocorre porque, de acordo com a "Teoria da Modernidade Líquida" de Zygmunt Bauman, o ser humano atual vive sem tempo, tendo que cumprir prazos cada vez mais curtos e desviando sua atenção de atos simples como dirigir. Dessa forma, fica nítido que a pressa, permeada no homem moderno, é uma das principais causas dessa mazela social. Além disso, é importante salientar que a associação de álcool e condução é um problema cultural no país. Esse fato se dá pela imprudência, de grande parte dos motoristas, em achar que o consumo moderado de bebidas alcoólicas não causam efeitos negativos à coordenação motora. No entanto, dados da Organização Mundial da Saúde mostram que a maior parte dos acidentes causados por alcoolismo ocorrem quando os indivíduos apresentam baixos níveis da substância no sangue. Assim, é evidente que os cidadãos devem dissociar essas duas práticas, mesmo que para isso o Estado tenha que ampliar os mecanismos de coerção social. Por isso, os problemas relacionados aos acidentes de trânsito e seus fatores motivadores tornam-se claros, logo são necessárias medidas a fim de superá-los. Para tanto, organizações não governamentais devem veicular campanhas de conscientização por meio de outdoors e das redes sociais para que os condutores tenham mais atenção no trânsito e, por conseguinte, evitem os acidentes. Paralelamente, a Polícia Militar deve aumentar a fiscalização de motoristas embriagados a partir da multiplicação de tendas da Lei Seca, tornando o combate à associação de álcool e condução mais eficiente. Afinal, conscientização e fiscalização são os princípios básicos para diminuição dos acidentes de trânsito no Brasil.