Com o fim da Guerra Fria, em 1985, instaurou-se o capitalismo como modelo universal, o que mudou o cenário da sociedade, da economia e até do trânsito -introduzindo o automóvel de forma acelerada na realidade mundial. Nesse prisma, no Brasil pós-moderno, acidentes de trânsito comportam fatores motivadores de considerável relevância. Nesse contexto, insere-se uma dinâmica problemática em território verde e amarelo, seja pela imprudência de motoristas seja pela carência de leis que punam os infratores. É indubitável que o desrespeito às boas condutas no trânsito está entre as causas do problema. Com advento de novas tecnologias, o grande vício do século XXI são as redes sociais. Nessa perspectiva, o uso desenfreado dessas ferramentas- principalmente por motoristas enquanto dirigem-geram diversas vicissitudes que colocam em risco a vida de muitas pessoas, pois a perda momentânea de atenção no trânsito propicia a ocorrência de graves acidentes. Corroborando com Pierre Bourdieu,que afirmou que o habitus é um princípio gerador de práticas distintas e distintivas, tal comportamento se alastra de forma natural, sendo a imprudência no trânsito algo comum ao comportamento do motorista. Por conseguinte, a crescente no número de acidentes de trânsito perpetua no cenário contemporâneo brasileiro. Além desse fator,a incipiência de leis específicas também elenca uma vicissitude a essa questão. Embora a Lei Seca tenha sido um avanço para o quadro do trânsito no Brasil, ainda há questões a serem trabalhadas. A ausência de leis que punam, especificamente, usuários de redes sociais em trânsito, ocasiona, de modo silencioso, um sentimento de impunidade. Tal prerrogativa reflete na não consciência dos hábitos que possuem potencial mortal. Um exemplo cotidiano desse comportamento é o grande número de “selfies” postadas dentro de automóveis em movimento. Nesse viés, tal ato potencializa o quadro de acidentes em trânsito, sendo, portanto, um relevante fator motivador. Destarte, em vista de erradicar tal paradigma, medidas são oportunas. É imprescindível que o Ministério da Educação adicione à grade curricular do Ensino Médio oficinas quinzenais denominadas:”Imprudência no Trânsito, eu digo não!”. Nelas, aulas devem ser ministradas de forma descontraída, com auxílio cartazes ilustrativos, para que o aluno compreenda melhor as práticas de boa conduta no trânsito, haja vista que, segundo dados oficiais da ONU, os jovens ocupam uma considerável parcela nas estatísticas de imprudência no trânsito. Aliado a isso, o Governo Federal deve instituir uma emenda constitucional que puna, especificamente, usuários de redes sociais enquanto dirigem, sendo a multa severa e pontos na carteira fatores componentes dessa punição. Logo, tal medida deve alertar os brasileiros retirando o sentimento de impunidade que tal ato, ainda, comporta.