Em uma das passagens mais dramáticas da obra de Ben Sherwood, Charlie e seu irmão mais novo Sam, saem escondido para uma festa e sofrem um acidente de carro, levando Sam a óbito. O livro "Morte e Vida de Charlie" conta com uma realidade recorrente no Brasil, a violência no trânsito, atenuada, por exemplo, pela ingestão de álcool e uso de celular no viés da direção. Segundo informações veiculadas no jornal da Cultura, o Brasil está entre os cinco países que mais perde vidas em acidentes de trânsito. Sob essa ótica, cumpre salientar o estorvo no que concerne ao manuseio de aparelhos telefônicos no ato de dirigir, posto que aumenta 20 vezes o risco de acidentes. Além disso, a legislação carece de punições e fiscalizações adequadas mediante a esse estigma, pois é sabido que o motorista ora sabe dos riscos outrora não acredita que possa acontecer algo com ele, confirmando assim a impunidade e falta de sabedoria dos cidadãos. O filósofo contratualista, Hobbes, em seu livro "O Leviatã" afirmou que o homem é o lobo de si mesmo e, devido a isso, existe a necessidade de uma intervenção a fim de se evitar o caos. Dessa maneira, o Estado, decerto, é o agente que cumpre o papel escrito pelo autor, porém, a sua ação tem sido ineficaz no que diz respeito ao aclive no número de jovens que dirigem alcoolizados e, nimiamente, compõem 30% o número de vítimas fatais. Fica evidente, portanto, que o Ministério da Justiça, em consonância com o Ministério da Cultura, deve por intermédio do seu tempo de concessão na mídia, veicular campanhas que alertem sobre os riscos de se dirigir alcoolizado ou com uso do celular e, também, criar um aplicativo com histórias reais de cidadãos que passaram por esse estigma com o fito de elucidar a população sobre essa mazela. Paralelamente, o Governo Federal tem a necessidade de disponibilizar maior parcela da renda bruta para a realização de fiscalizações por meio da polícia federal e militar a fim de certificar o comprometimento dos motoristas perante as leis existentes, bem como a Lei Seca e, também, que não haja utilização de smartphones nesse contingente, gerar multas, prisões e impor seriedade a essa problemática.