É perceptível que o trânsito brasileiro é bastante caótico, podendo-se relacioná-lo com o Estado de Natureza proposto por Thomas Hobbes: uma guerra de todos contra todos. Tal realidade é acentuada pela rapidez do cotidiano dos moradores, sobretudo, dos grandes centros urbanos, que correm contra o tempo (inclusive no trânsito) para que possam cumprir seus afazeres. Essa desordem nas ruas do país provoca uma quantidade assustadora de acidentes, tendo como principais causas a ineficácia dos transportes públicos e a falta de educação e o desrespeito dos motoristas brasileiros. A primeira se mostra evidente no dia a dia. A ausência de ônibus, trens e metrôs em quantidade suficiente para suprir a demanda da população, principalmente, das grandes metrópoles em conjunto com a precariedade do serviço ofertado colabora para o aumento da quantidade de automóveis nas ruas, que, além de poluir o meio ambiente, contribui para o alto número de acidentes, em função tanto da pressa quanto do estresse dos condutores, que dirigem de forma perigosa. A segunda é um grave problema que assola a população. A falta de respeito com as leis de trânsito, como a condução em alta velocidade ou sob efeito de álcool é outro fator que colabora para a ocorrência dos acidentes que, na maioria dos casos, vitimam pessoas que não tinham nenhuma relação com a imprudência dos irresponsáveis. Percebe-se também que o motorista brasileiro é muito mal educado e agressivo com o próximo, dirigindo impacientemente e pondo em risco, sua própria vida e a de outros ao redor. Visto que a quantia de acidentes de trânsito é alta em todo o país, nota-se a necessidade de intervenção nacional. O Governo deve investir no transporte público, aumentando a malha ferroviária, metroviária e a frota de ônibus, oferecendo um serviço com qualidade, o que contribuiria para a redução da quantidade exorbitante de automóveis. Além disso, as escolas precisam abordar o trânsito em aulas de geografia, sociologia e em palestras, buscando a formação de adultos conscientes que respeitem as leis de trânsito. Acresce ainda a criação de campanhas na mídia com o intuito de alertar a população aos riscos da direção perigosa, bem como o aumento da fiscalização por parte do poder público para punir os infratores, buscando, portanto, a segurança no trânsito.