Na crônica denominada de o último engarrafamento, Luiz Fernando Veríssimo diz que a boa notícia é que nunca se viu tantos carros nas ruas, mas a má notícia é que nunca se viu tantos carros nas ruas. Nesse plano, é possível observar que, no caso do Brasil, problemas como o crescimento do número de acidentes no trânsito é decorrente da permanência de adversidades ainda não solucionadas. É importante pontuar, primeiramente, a existência de falhas nos sistemas de monitoramento e prevenção desses casos de riscos nos dias atuais. Nesse sentido, apesar da existência de táticas como a lei seca, que deveriam coibir os motoristas embriagados nas ruas, ainda há muitas falhas nesse sistema, ocasionando assim, o crescimento dos casos de acidentes no trânsito. Prova disso são os dados da OMS (Organização mundial de saúde) que dizem que o Brasil é o quarto país que mais mata ao volante, com cerca de 45,1 mortos a cada cem mil habitantes. Outrossim, um fator que corrobora para esse crescimento do número de mortes nas vias brasileiras, além das falhas nos programas de prevenção são as abstrações urbanas e rodoviárias. Se nas últimas décadas as áreas metropolitanas brasileiras sofreram com a precariedade dos serviços sociais, concomitantemente a isso, o sistema rodoviário foi acarretado por essas mazelas. Dessa maneira, problemas como a falta de investimento nas estradas, como por exemplo em muitas vias interestaduais e estaduais que possuem pistas sem condições de tráfego, contribuem para a permanência e a elevação desses índices. Fica claro, então, que esses números continuam crescendo por conta da permanência desses diversos problemas na nossa sociedade. Desse modo, é indubitável que ações devam ser tomadas para solucionaR esses impasses. Logo, o Governo deve por meio do aumento de agentes fiscais nas ruas buscar coibir que mais indivíduos alcoolizados peguem ao volante. Além disso, o Estado deve buscar investir cada vez mais na estrutura das estradas, por meio da reestruturação periódica dos quilômetros mais movimentados. Aliado a isso, como medida de longo prazo, a mídia deve buscar conscientizar a população por meio de ficções engajadas a respeito dos riscos presentes no trânsito, bem como da situação brasileira no ranking de acidentes, pois somente assim o nosso país não será somente outro protagonista da crônica de Luiz Fernando Veríssimo.