Título da redação:

Mazelas da imprudência

Proposta: Os acidentes de trânsito no Brasil e os fatores motivadores

Redação enviada em 04/07/2017

Desde 1988, o artigo 3° da Constituição Cidadã promete garantir a construção de uma sociedade livre, justa e solidária. No entanto, com a aplicação falha desse regimento, os constantes acidentes de trânsito no Brasil descartam a garantia de uma sociedade realmente harmônica. Dessa maneira, a insuficiente gestão do Estado e a falha no sistema educacional contribuem para a continuidade desse triste quadro. Em primeira análise, segundo o sociólogo Durkheim, a coesão social é garantida por meio do Estado. Contudo, embora a Lei Seca tenha surgido para diminuir os acidentes de trânsito provocados pela ingestão de álcool, o Estado ainda se mostra bastante omisso na busca de soluções para combater o crescente número de acidentes nas estradas, visto que o Brasil, conforme pesquisas do Instituto Avante Brasil, desponta como o quarto país com maior número de óbitos no trânsito. Com efeito, parte desse problema deve-se a falta de soluções mais enérgicas do Estado, o que compromete a coesão social defendida por Durkheim. Em segunda análise, há de se considerar a falha nas disciplinas de ensino. Apesar de ser função das escolas educar o jovem cidadão para a vida e o convívio social, os currículos educacionais não abordam – como deveriam – disciplinas direcionadas à educação ao trânsito. Isso vem provocando, cada vez mais, jovens imprudentes e apáticos com a sua vida e a do outro. Ainda assim, o uso do celular ao volante e a pressa de chegar ao seu destino funcionam como atrativos para distrair o indivíduo e causar possíveis acidentes. À vista disso, tais práticas vão de encontro à ideia, defendida por Immanuel Kant, de ordem social, pois os acidentes inviabilizam essa ordem. Fica evidente, portanto, que os frequentes acidentes ao volante dificultam a plena aplicação da Constituição. Ao Ministério Público compete fiscalizar os três poderes do Estado e propô-los a criação de uma lei que vá além da Lei Seca, a fim de julgar e condenar aqueles que divergirem da coesão social no trânsito. Ao Ministério da Educação cabe criar e inserir nas escolas e universidades disciplinas que abordem a prudência, empatia e paciência no trânsito, para se ter jovens mais conscientes ao volante. Talvez, com essas medidas, alcançar-se-á um país justo, solidário e livre de acidentes – como prevê a Lei das Leis.