As estatísticas de acidentes no trânsito no Brasil e no mundo apontam para uma urgente tomada de decisões que mitiguem seus números. O uso excessivo de bebida alcóolica, sobretudo por parte dos jovens, que apesar dos avanços oriundos da implementação da Lei Seca desde 2008 continua sendo o grande causador de mortes no trânsito e o uso constante de dispositivos móveis em paralelo com a condução do veículo, o que tira a atenção do condutor, podem ser considerados os dois maiores motivos de acidentes fatais em ruas e avenidas. O Brasil é um dos países com maior número de mortes no trânsito, segundo pesquisa do Instituto Avante Brasil. Tal realidade indica que existe certa dissonância entre a criação de uma lei, como por exemplo, a Lei Seca de 2008, e sua fiscalização. Pois é notável a grande ocorrência de acidentes na madrugada da sexta-feira e do fim de semana – período de maior concentração de festas e noitadas – que é corroborada pela quase inexistência de fiscalização e paradas obrigatórias nas ruas por parte do órgão competente e pela ação danosa de indivíduos que comunicam a presença de agentes de trânsito e polícia rodoviária para amigos, por meio das redes sociais. Sendo assim, conclui-se que há um viés educativo que incorpora-se a essa temática, e que envolve tanto a sociedade civil quanto a escola. Além de estar mais propenso a excessos no período noturno, o jovem também é mais estimulado a se comunicar com maior número de pessoas, e de maneira instantânea. O que o leva a utilizar dispositivos móveis com frequência, infelizmente, até em períodos que exigem mais concentração e cuidado, como o ato de conduzir o veículo com segurança. Tal realidade, apesar de notada, ainda não é um grande alvo de ações governamentais e da imprensa, e silenciosamente, vai fazendo vítimas. Devido aos fatos supracitados, é necessário que haja disponibilidade da sociedade civil em melhor educar seus filhos juntamente com maior atuação da escola, que insira a temática do trânsito em debates e materiais didáticos financiados pelo Ministério da Educação, com o objetivo de integrar esse assunto na formação da consciência do indivíduo, tornando-o um condutor mais responsável e evitando acidentes de trânsito. Deve também o poder público estimular, por meio de investimento e planejamento em seus órgãos fiscalizadores para que os mesmos intensifiquem ações de segurança nas vias do país