No limiar da hodiernidade vivemos um grande dilema: o número exacerbado de acidentes no trânsito. Frente a essa realidade, a mistura do sofrimento humano relegado à condição de colateralidade e da negligência com os fatores motivadores das tragédias, tem todos os sinais para se tornar um dos maiores obstáculos a serem confrontados pelo Brasil no século atual. Nunca na história do País houve condições técnico científicas tão favoráveis à diminuição dos acidentes no trânsito. Contudo, o que se observa, é um cenário cada vez mais caóticos nas estradas, local onde morre mais pessoas no Brasil, segundo dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Nesse sentido, tais acidentes são fruto da imprudência e do consumo de álcool antes de dirigir do motorista brasileiro, engendrado pelo forte sentimento de inimputabilidade. Dessa forma, diante das ferramentas vigentes no século XXI, é possível se pensar em um outro tipo de sociedade: menos inconsequente. Em meio a esse contexto de negligência, a estupidez ao volante configura-se como um dos principais fatores que causam tragédias nas rodovias. Frente a esse cenário, não basta apenas desejar ou defender propostas de mudanças. Nesse viés, iniciativas como a Lei Seca, por se só, não passam de palavras que se perdem na inércia. Em suma, Propostas sem ação são como sonhos sem realidades: meras utopias. Parafraseando o escritor uruguaio Eduardo Galeano, a primeira condição para mudar uma realidade consiste em conhecê-la. Portanto, cabe ao governo Federal, aumentar o efetivo da PRF nas rodovias, a fim de conhecer o perfil do motorista brasileiro, e assim, executar as punições devidas. Além disso, seria interessante que empresas de programação de softwares juntamente com o Governo Federal, criassem um aplicativo para download gratuito que mapeasse todas as rodovias brasileiras, com o intuito de indicar aos motoristas os principais epicentros dos acidentes e os respectivos cuidados a serem tomados. Assim, outras medidas devem ser tomadas, mas, como apregoava Oscar Wilde: " o primeiro passo é o mais importante na evolução de um homem ou nação".