Título da redação:

Autossuficiência e respeito

Tema de redação: Os acidentes de trânsito no Brasil e os fatores motivadores

Redação enviada em 21/08/2017

Brás Cubas, o defunto-autor de Machado de Assis, diz em suas “Memórias Póstumas” que não teve filhos e não transmitiu a nenhuma criatura o legado de nossa miséria. Talvez hoje ele percebesse acertada sua posição: a postura de muitos brasileiros frente ao consumo de bebidas alcoólicas antecedente a condução de veículos, compromete a segurança do usuário e de cidadãos alheios. Mormente, analisando a questão por um prisma estritamente estatístico, segundo dados oficiais mais de 1,2 milhões de pessoas perdem a vida em acidentes viários. O descaso com a segurança nas estradas pode ser atribuído a exagerada autoconfiança do motorista frente a sua condução. Nesse contexto, a possibilidade de acidentes enquanto embriagado, da perspectiva de alguns motoristas, é baixa. Sob tal ótica, cabe ao governo, através de comerciais educativos, desconstruir a ilusão de autossuficiência no controle do automóvel, mostrando possíveis desfechos caso dirija embriagado. Outrossim, segundo Yuval Noah Harari, a persistência é o parque de diversões das neves entorpecidas. À vista disso, café ressaltar a consciência nacional cultivada pela população. O uso de aparelhos eletrônicos, rejeição ao uso do cinto e desatenção no volante, sinais aos efeitos do álcool fere preceitos éticos e morais estabelecidos pela Carta Magna do país, à medida que compromete a segurança de outros, pondo em risco o direito à vida. Destarte, cabe ao Estado, na figura do Ministério da Educação, cultivar valores de respeito mas instituições de ensino alertando sobre os perigos do álcool através de palestras periódicas abordando a temática “se beber não dirija”. Portanto, infere-se que, a questão de estar no controle do veículo por comprometer o julgamento referente a segurança. Ademais, o contínuo isso de dispositivos elétricos em conjunto com o abuso das bebidas reflete a falta de respeito para com o próximo. Nessa dimensão, é imperativa a atuação do Estado, como gestor da opinião pública, prevenir através da mídia, mostrando possíveis desfechos da embriaguez no volante e ainda estabelecer o valor de respeito por meio das instituições de ensino.