A teoria Malthusiana desenvolvida no fim do século XVIII afirmava que o mundo seria faminto, pois a população cresceria em progressão geométrica, opondo-se à produção de alimentos, dada em progressão aritmética. Todavia, com as inovações tecnológicas no ramo da agricultura a proposta de Malthus invalidou-se, uma vez que a facilidade de acesso alimentício, sem a necessidade de esforço físico, é uma marca da sociedade contemporânea. Nessa conjuntura, é válido analisar como essa mudança dos hábitos sociais contribuíram para intensificação dos níveis de obesidade no país. É indubitável que a qualidade nutricional dos alimentos ingeridos tem diminuído, possuindo cada vez mais açucares, gorduras e sódio. Segundo Émile Durkheim, o fato social é uma maneira coletiva de agir e pensar, dotada de externalidade, coercitividade e generalidade. De maneira análoga ao sociólogo é possível salientar que a mudança no estilo de vida dos brasileiros, devido ao aumento do consumo de produtos industrializados e fast food, somado a crescente ausência de verduras, legumes e frutas no cardápio, influenciam negativamente toda a população. Desse modo, o fortalecimento desta ideologia não saudável, transmitida de geração em geração, funciona como forte base para o aumento de peso dos cidadãos. Ademais, o sedentarismo contribui diretamente para esse quadro, diminuindo consequentemente a qualidade de vida dos indivíduos. Um estudo realizado pela OMS - Organização Mundial da Saúde - aponta a falta de atividade física como causa para as doenças crônicas degenerativas como diabetes, hipertensão e nível colesterol elevado. O novo panorama nacional embasado nas rotinas pouco movimentadas, as quais caracterizam-se por muitas horas sentadas em frente à TV, computador e mobilização espacial feita apenas por veículos automobilísticos, resultam em uma baixa perda calórica e conseguinte, sobrepeso . Assim , evidencia-se o reforço à pratica de exercícios, como forma de combate à problemática. Entende-se, portanto, que o aumento da obesidade no país é fruto da precária qualidade alimentar e do intenso sedentarismo social. A fim de atenuar o problema, o Governo Federal deve elaborar um plano de implementação de novas academias públicas, aliado à esfera estadual e municipal do poder, principalmente nas áreas que mais necessitem, assim como o Ministério da Educação pode aplicar campanhas de abrangência nacional junto às emissoras abertas de televisão, como forma de estímulo tanto para ingestão de alimentos mais saudáveis, quanto para prática de exercícios físicos. Dessa forma, a tecnologia que livrou a população da fome, não acarretará consequências negativas.