Durante a Idade Média e o Renascimento, o excesso de peso era valorizado socialmente. Esse era o meio de expor a fartura e riqueza de famílias tradicionais dos períodos. Com passar dos séculos, o perfil ideal corpórea ganhou formas mais longilíneas. O movimento foi reforçado com a ascensão das academias nos anos 60. Desde então, apresentar sobrepeso, muitas vezes, é um fator determinante para o entrosamento social, tendo suas causas e consequências ignoradas por parte dos cidadãos. Primeiramente, é importante destacar que cerca de 50% da população adulta brasileira está acima do peso. Segundo dados de pesquisadores da Unicamp, apenas 30% dos obesos apresentam taxas, como a do colesterol, normais. Uma das consequências mais preocupantes da obesidade é o acentuado risco de desenvolver doenças crônicas, sendo a diabetes e a hipertensão as responsáveis por 70% das mortes no território brasileiro. Apesar de haver tratamento para ambas, o desenvolvimento e o descontrole do sobrepeso apenas contribuem para a ineficácia dessas intervenções dadas pelo sistema de saúde nacional. Além disso, é necessário frisar os impactos psicológicos decorrentes do excesso de peso. No âmbito social e de trabalho a exclusão de um obeso é baseada na ideia de incapacidade e improdutividade desse indivíduo, critérios de qualificação preconceituosos os quais minimizam empregabilidade e a autoconfiança do cidadão. Nas escolas, a situação não é diferente, está acima do peso pode ser motivo para sofrer bullying. Agressão verbal ou física durante o desenvolvimento infantil causa traumas psicológicos que são levados até à vida adulta, podendo gerar um ser introvertido ou em casos mais graves depressivo. Toda essa situação atinge a autoaceitação e a integração do indivíduo com a sociedade. Portanto, a obesidade deve ser problematizada tanto no âmbito da saúde quanto no social. Para que haja mudanças, no primeiro meio citado, é necessário a promoção de projetos a partir da ação em conjunto do Ministério da Saúde junto ao Ministério da Educação para implantar uma alimentação saudável nas escolas, além de palestras voltadas à educação alimentar saudável para os alunos, professores e pais dadas por nutricionistas envolvidos no movimento . Campanhas midiáticas propagando a necessidade de respeito ao próximo precisam agir de forma a conscientizar a população acerca dos diferentes casos e motivos de obesidade. Por fim, o Ministério do Esporte em parcerias com professores e instrutores físicos devem incentivar a prática de atividade física por meio de gincanas e jogos em praças públicas pelas cidades brasileira. Logo, uma população mais saudável e consciente poderia ser construída.