Título da redação:

Convergência de problemas

Proposta: Obesidade: problema de saúde ou problema social?

Redação enviada em 14/08/2018

Em amplo sentido, possibilismo é o nome moderno para as ideias já antigas do geógrafo Vidal de La Blache, segundo o qual o homem modifica negativamente o meio em que habita, como se observa em diversos aspectos sociais ocasionando problemas de saúde, haja vista a obesidade. Em primeira instância, analisada separadamente em vieses sociológicos e medicinais, a problemática em questão deriva da convergência de ambos os aspectos, sendo o excesso de peso um resultado retrógrado de fatores criados pela sociedade, seja no estilo de vida ou como consequências de doenças psíquicas. A priori, de acordo com a física newtoniana, toda ação possui uma reação de igual intensidade. Com fundamento no físico clássico, o fato da geração atual ter trocado hábitos saudáveis, como as práticas desportivas e o uso de meios locomotivos que exijam esforço, por estilos de vida sedentários, obtém como reação o aumento da frequência de obesos no Brasil Em virtude disso, dados fornecidos pelo Instituto de Estatística da USP, publicados no Jornal Folha de São Paulo, apontam que há uma ascendência nos números de óbitos por doenças cardíacas relacionadas à obesidade, em empresas cujos funcionários necessitam permanecer sentados por longos períodos. Ou seja, mudanças sociais, como o sedentarismo, refletem além da diminuição da qualidade de vida, a precarização dos processos produtivos. A posteriori, parafraseando o filósofo Arthur Schopenhauer: “O homem toma os limites do seu próprio campo de visão como os limites do mundo”, assim, pode-se inferir que, embora os grandes estudos científicos atentem-se para a relação entre obesidade e estilo de vida, outra perspectiva deve ser abordada: A correspondência entre sobrepeso e doenças psicológicas, como a depressão e ansiedade, haja vista notícia veiculada pelo Jornal Cultura, que apontou, em 2016, 30 casos de morte por enfermidades metabólicas relacionadas ao consumo exagerado de industrializados, em consonância com o sedentarismo, cujos pacientes eram diagnosticados como depressivos e utilizavam da má alimentação como recurso de aliviar os sentimentos negativos. Isto é, as práticas que viabilizam a obesidade podem ser reflexos de patologias que muitas vezes não recebem atenção dos profissionais da saúde. Dessa forma, é nítido constatar que a obesidade é acarretada por mudanças sociais e apresenta-se em níveis crescentes. Sendo assim, é de fundamental importância que empresas cujos funcionários possuam uma rotina sedentária, estimulem a prática de atividades físicas, como viabilizando descontos em clubes e academias, além de fornecerem, nas alas de refeitório, cardápios propostos por nutricionistas, no intuito de prover uma maior qualidade de vida aos empregados e, consequentemente, favorecer a diminuição das patologias relacionadas às doenças de sobrepeso no Brasil.