No filme '' A fantástica fábrica de chocolate '', dirigido por Tim Burton,o jovem personagem Augustus é fascinado por produtos derivados do cacau e demonstra compulsividade em consumir ''comidas trash's'', tornando-se uma criança obesa com altas taxas glicêmicas e de pressão arterial. Analogamente,observa-se lastimavelmente que essa ficção cinematográfica possui grandes semelhanças com o contexto brasileiro contemporâneo de comportamentos alimentícios desregulados e obesidade generalizada,extrapolando os limites adequados à integridade física dos indivíduos . Em primeiro lugar,é importante salientar que os direitos à saúde e livre condução alimentar são irrevogáveis , garantidos pela Constituição Federal e, mais precisamente a Declaração Universal dos Direitos Humanos - estabelecidos nos anos de 1988 e 1945, respectivamente. Entretanto, as prescrições desses documentos jurídicos mostram-se incipientes em regular com plenitude a população de sobrepeso de acordo com os critérios matemáticos do IMC( Índice de massa corpórea) e conscientizar os cidadãos da insalubridade que os cardápios recheados por carboidratos de rápida absorção,gorduras trans e sódio podem trazer. Ademais, segundos dados do IBGE , as crianças de cinco a nove anos de idade constituem a vice-liderança das faixas etárias com maiores índices de obesidade,perdendo apenas para os adultos . Desse modo, a população infanto-juvenil transforma-se em o destinatário predileto das mensagens publicitárias persuasivas e a cultura de massa, que incitam o consumo inquestionado de fast-food´s e o desprezo a alimentos termogênicos, com açucares saudáveis e proteínas naturais. Assim, a lógica consumista não apenas segrega e distingui classes sociais , mas também degenera o senso crítico e , consequentemente, a saúde coletiva em prol do lucro, como ressaltaria Adorno. Destarte, medidas são indispensáveis à erradicação desse entrave social. Em consonância com ONG´s e programas médicos, o Ministério da Saúde deve estruturar recursos que deem credibilidade a dietas propostas por nutricionistas qualificados e alumiem a distinção entre alimento saudável e não saudável através da mídia; este , por sua vez, deve propagar vias de entretenimento que tornem lúcidos os males que a má condução alimentar pode causar a vitalidade. Não obstante,fica sob tutela juvenil a incumbência de divulgar mensagens engajadoras em redes sociais e montar palestras em instituições de ensino - sejam elas públicas ou privadas - que estimulem a razão comunicativa entre os sujeitos . Assim, poder-se-á edificar uma dissemelhança da obra burtoniana com a realidade tupiniquim