Nos últimos 20 anos, graças a um grande aumento no poder de compra da população brasileira, houve também um grande aumento no consumo de alimentos. Todavia, como não se teve tempo para se criar um planejamento voltado para a educação alimentar das famílias que passaram a consumir. Desse modo, criou-se na sociedade brasileira uma cultura de não cuidado em relação àquilo que se come. Assim, tem-se que hoje, na maior parte do país, a população consome até mais do que as calorias necessárias recomendadas, mas os alimentos, por serem muito pobres em nutrientes, não fornecem nada além dessas. Primeiramente, é importante analisar a alimentação do cidadão comum. Ao contrário do que pensaria o senso comum, o maior índice de obesidade está entre aqueles pertencentes às classes pobres e não às ricas. Isso se deve ao fato de que alimentos como bolacha recheada e batatas fritas são mais baratos e tem maior potencial para saciar a fome do que frutas e legumes. Assim, cria-se uma sociedade de pessoas que além de ter problemas de saúde relacionados à má alimentação, como carência de vitamina e não suprimento necessário de nutrientes, têm também o problema relacionado à obesidade. Além dos problemas nutricionais e do problema de sobrepeso relacionado à saúde, há também a questão da gordofobia e o bullying nas escolas. Obviamente, as crianças são as mais afetadas pelo problema da má alimentação, tendo em vista que comem aquilo que lhes é fornecido e como não têm conhecimento suficiente para se informar, essas acabam refletindo os maus hábitos dos adultos. Assim, por estarem em uma fase da vida marcada pela grande sensibilidade em relação às opiniões alheias, as crianças acima do peso acabam sendo vítimas de bullying e outras formas de agressão. Isso, apesar de ser relevado por pais e muitos educadores como algo sem muita importância, pode levar a problemas psicológicos e distúrbios irreparáveis. Diante do exposto, é evidente a necessidade de se educar a população brasileira em relação à alimentação, visto que a obesidade é um problema tanto de saúde como social. Para isso, é importante que o Ministério da Saúde, juntamente ao Ministério da Educação desenvolvam programas voltados à prevenção da obesidade e doenças a ela relacionadas que devem ter a participação de pais e filhos. É importante também haja nas escolas públicas e privadas uma maior prevenção e fiscalização contra a discriminação em relação àqueles que não se encaixam nos padrões estabelecidos e precisam de tratamento.