A Organização Mundial de Saúde aponta a obesidade como um dos maiores problemas de saúde pública no mundo. No contexto nacional, a obesidade vem crescendo significativamente. Segundo o último levantamento do Ministério da Saúde, mais de 50% da população está acima do peso, ou seja, na faixa de sobrepeso e obesidade. Entre crianças, a taxa estaria em torno de 15%. Portanto, analisar as causas e as consequências dos padrões alimentares que acarretam a obesidade no mundo moderno representa o cerne da questão. Sob esse enfoque, a qualidade de vida da população está intimamente ligada a hábitos de alimentação saudáveis, por intermédio de uma dieta variada e equilibrada. Todavia, no cenário atual, a cultura de alimentos industrializados, amplamente difundida com a consolidação do capitalismo no século XX, resulta em uma parcela significativa de consumidores com sobrepeso, pois, apesar da praticidade, tais produtos, muitas vezes, apresentam quantidades de sódio e açúcar em excesso. No documentário ‘’Muito Além do Peso, essa problemática é abordada de forma eficiente, pois discute por que boa parte das crianças brasileiras pesam mais do que deviam, relacionando o papel da indústria, do governo, dos pais e das escolas. Como consequência de tais fatores, adultos e crianças têm a sua saúde posta em ‘’xeque’’, pois os comportamentos reproduzidos pelos indivíduos na vida adulta têm uma relação direta com os valores que foram passados na infância. Dessa forma, doenças como diabetes e hipertensão são diagnósticos cada vez mais comuns em faixas etárias que outrora não eram afetadas. Ademais, as questões psicológicas e o preconceito devem ser debatidos, porque parte expressiva dos indivíduos obesos sofre diariamente a estigmatização, a qual vincula a sua condição física com a falta de capacidade para atividades laborais e intelectuais. Por exemplo, é comum práticas discriminatórias em ambiente escolar e, posteriormente, em entrevistas de emprego, nas quais indivíduos obesos são “descartados” de um possível cargo. Portanto, a alimentação não é só uma questão de saúde pública, mas também uma questão social de suma importância. Em síntese, é imprescindível um conjunto de diretrizes a fim de promover hábitos mais saudáveis e o efetivo combate ao preconceito contra a população acima do peso. Desse modo, é primordial a criação da Campanha Nacional Contra a Estigmatização dos Obesos, por intermédio da parceria entre Governo Federal e Estadual e a grande mídia, corroborando a tolerância e a não prática do juízo de valor negativo. Ademais, é crucial o papel da escola, por meio da disciplina de Prática Alimentar Saudável, com foco na busca da informação nutricional dos alimentos e a substituição de alimentos industrializados pelos “in natura”, como frutas e vegetais. Portanto, promover o debate e a conscientização colabora com a educação social e a saúde dos indivíduos, porque a forma como cuidamos de nosso corpo contribui para o bem estar físico e mental em sociedade.