A influência de propagandas socialmente abusivas somada com a falta de informação da população, permitiu um exagero no consumo de alimentos nas últimas décadas que, consequentemente, causou o terror do estereótipo de beleza atual: a obesidade. Esta, a maior vítima da indústria incoerente que possuímos atualmente, é repudiada e mal vista por olhos de uma população socialmente leiga e alienada. O século XXI está repleto de contradições; uma delas é a venda de alimentos não-saudáveis representada por pessoas em boa forma, como no mais novo comercial da Coca-Cola, no qual atletas ingerem refrigerante (bebida altamente açucarada e artificial) enquanto “compartilham felicidade”. Essa representação é incoerente, pois relaciona algo extremamente prejudicial à saúde com algo positivo, iludindo o consumidor. Para contrapor esse sentido, há, atualmente, uma valorização pelo corpo idealizado pelos estereótipos da sociedade, que exige uma alimentação balanceada e um bom preparo físico. Modelos e atletas são exemplos de motivação para quem quer se livrar da grande quantidade de massa corporal, mas estes estão nos comerciais dos alimentos mais gordurosos e artificiais. Diante disso, temos que o obeso está excluído de qualquer exemplo de beleza, o que implica um problema social, já que há uma incoerência propositalmente capitalista que o induz a consumir mais alimentos gordurosos utilizando pessoas saudáveis de modelo. Segundo o documentário “Além do peso”, de Estela Renner, o investimento em produtos industrializados e nutricionalmente pobres aumentou logo após a Segunda Guerra Mundial, devido à decadência nas vendas de armas e transportes; ou seja, focalizaram na indústria alimentícia. Tal ocorrência teve por consequência o que as gerações X, Y e Z estão sentindo: uma população mais propensa à doenças (por causa da obesidade) e um lucro cruel às costas de sua saúde. Diante de tais fatos, é preciso resolver o problema social relacionado à obesidade com parcimônia. Primeiro, é necessário que escolas e associações de autoajuda notabilizem a incoerência das empresas alimentícias com a indústria da beleza, além de abolir os “rótulos” por meio de debates. Segundo, é importante que a população se una contra tais empresas por meio de manifestações e redes sociais a fim de pedir esclarecimento quanto aos produtos desconhecidos presentes na comida. Por fim, o investimento no esporte pelos municípios e colégios é indispensável para que uma população conviva de forma saudável e coerente.