Título da redação:

Vício em games: um prazer perigoso.

Tema de redação: O vício em games como distúrbio mental e suas implicações

Redação enviada em 03/02/2018

Há mais de uma década, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e profissionais da saúde mental avaliam o vício em games como distúrbio psicológico e, após várias pesquisas e discussões, a partir da nova edição da Classificação Internacional de Doenças (CDI-11), que será discutida neste ano, o transtorno por videogames será considerada como doença mental. Diante disso, é importante ressaltar que, como todas as doenças, o “distúrbio de games” tem suas implicações. É importante pontuar que umas das consequências provocadas pelo vício em games é o desenvolvimento de comportamento agressivo. Em 2012, a Associação Britânica de Gerenciamento da Raiva (BAAM) levantou um estudo, no qual 204 famílias da Grã-Bretanha foram ouvidas, sobre o uso de vídeo games entre crianças de 9 e 18 anos. Em 46% dos casos, os pais acreditam que os jogos influenciam no convívio familiar e social de seus filhos. Um exemplo disso, é o caso de Anders Breivik, norueguês e ultradireitista, que matou 77 pessoas em julho de 2011. No seu julgamento, Anders confessou que se isolou socialmente durante um ano inteiro apenas para dedicar-se a videogames violentos, treinando a coordenação necessária para atirar com eficiência e desenhar estratégias de fuga. Diante disso, é reconhecível que o vício em games pode provocar mudanças comportamentais, contribuindo para casos com agressividades e servindo como via de planejamento para planos violentos. Além disso, o transtorno por videogames pode acarretar em vários problemas de saúde, como enxaqueca, problemas de visão, sedentarismo e em casos mais graves, até levar à morte. Em 2015, um homem de 32 anos, identificado como Hsieh, morreu em Taiwan após jogar videogame por três dias consecutivos. Os médicos confirmaram que a causa de sua morte foi um ataque cardíaco, causada pelas horas incessantes de jogo, sem alimentação e hidratação adequada. Ademais, funcionários do cyber café que Hsieh frequentava, confirmaram que ele passava dias seguidos jogando e dormia com a cabeça sobre a mesa do computador. Com isso, é evidente como o vício em games pode provocar problemas de saúde e alterações na qualidade de vida das pessoas, fazendo com que as necessidades básicas do organismo sejam negligenciadas em virtude de uma vitória em um jogo. Diante do que foi exposto, é perceptível as implicações ocasionadas pelo vício em videogames. Desse modo, é fundamental que, no âmbito familiar, pais ou responsáveis fiquem atentos às mudanças comportamentais de seus filhos e que estabeleçam horários e tempos limitados para que estes desfrutem com moderação aos jogos de videogames. Além disso, é importante que o Governo adote medidas para evitar um maior número de jovens viciados em games, um exemplo disso é a Coreia do Sul que proibiu menores de 16 anos em jogos durante a madrugada, medidas como essa contribui para um maior controle dessa tecnologia e para a prevenção de casos de viciados em games na adolescência. É necessário também que o Governo crie leis que estabeleçam um tempo limite para maratonas de jogos online, para que assim diminua o número de casos de problemas de saúde causados pelas horas seguidas de jogos. Afinal, videogames é um lazer prazeroso desde que não ultrapasse os seus limites.