Título da redação:

Vício em games: um prazer perigoso.

Tema de redação: O vício em games como distúrbio mental e suas implicações

Redação enviada em 04/02/2018

Há mais de uma década, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e profissionais da saúde mental avaliam o vício em games como distúrbio psicológico e, após várias pesquisas e discussões, a partir da nova edição da Classificação Internacional de Doenças (CDI-11), que será discutida neste ano, o transtorno por videogames será considerado como doença mental. Diante disso, é importante ressaltar que, como todas as doenças, o “distúrbio de games” tem suas implicações. É importante pontuar que umas das consequências provocadas pelo vício em games é o desenvolvimento de comportamento agressivo. Isso deve-se ao fato de que os jogos violentos diminuem a sensibilidade e os comportamentos sociáveis do seu jogador, fato comprovado por um estudo feito pela Associação Americana de Psicologia. No entanto, o videogame não estimula sozinho atitudes violentas, mas seria um “gatilho” causado pela acumulação de fatores de risco para violência. Um exemplo disso é o caso de Anders Breivik, norueguês e ultradireitista, que matou 77 pessoas, por motivos ideológicos, em julho de 2011. No seu julgamento, Anders confessou que se isolou socialmente durante um ano inteiro apenas para dedicar-se a videogames violentos, treinando a coordenação necessária para atirar com eficiência e desenhar estratégias de fuga. Diante disso, é reconhecível que o vício em games pode provocar mudanças comportamentais, contribuindo para casos com agressividades e servindo como via de planejamento para planos violentos. Uma outra implicação do transtorno por videogames está relacionada à vários problemas de saúde, como enxaqueca, problemas de visão, sedentarismo e em casos mais graves, até levar à morte. Em 2015, um homem de 32 anos, identificado como Hsieh, morreu em Taiwan após jogar videogame por três dias consecutivos. Os médicos confirmaram que a causa de sua morte foi um ataque cardíaco, causado pelas horas incessantes de jogo, sem alimentação e hidratação adequada. Ademais, funcionários do cyber café que Hsieh frequentava, confirmaram que ele passava dias seguidos jogando e dormia com a cabeça sobre a mesa do computador. Com isso, é evidente como o vício em games pode provocar problemas de saúde e alterações na qualidade de vida das pessoas, fazendo com que as necessidades básicas do organismo sejam negligenciadas em virtude de uma vitória em um jogo. Diante do que foi exposto, é perceptível as implicações ocasionadas pelo vício em videogames. Desse modo, é fundamental que, no âmbito familiar, pais ou responsáveis fiquem atentos às mudanças comportamentais de seus filhos e que estabeleçam horários e tempos limitados para que esses desfrutem com moderação aos jogos de videogames. Além disso, é importante que o Governo Federal adote medidas, como estabelecer um horário limite para crianças e adolescentes em jogos online, um exemplo disso é a Coreia do Sul que proibiu menores de 16 anos em jogos durante a madrugada, medidas como essa contribuem para um maior controle dessa tecnologia e para a prevenção de casos de viciados em games na adolescência. Afinal, videogames é um lazer prazeroso desde que não ultrapasse os seus limites.