Segundo o filósofo alemão Arthur Schopenhauer, o ser humano está condenado ao sofrimento existencial, dessa forma, a busca pelo Nirvana (Cessação do sofrimento) é a válvula de escape para toda sua angustiante realidade. Por conseguinte, é indubitável que o crescente número de pessoas viciadas em jogos eletrônicos pode estar associado a esse processo, em que o ser humano procura desvencilhar-se da dor por meio de situações que lhe causem bem-estar. Nessa perspectiva, é impreterível a necessidade de uma intervenção social com o fito de mitigar esse vício e tratar os reais problemas causadores desse mal. A princípio, cabe ressaltar que, de acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), o vício em games passou a ser considerado distúrbio mental a partir do início de 2018, sendo incluído na Classificação Internacional de Doenças (CID). No entanto, tendo em vista que o vício é causado por uma entropia química cerebral, é possível vincular a causa desse distúrbio a outras doenças mentais enraizadas, como a depressão e o transtorno de ansiedade. Por isso, é equivocada a visão que o vício em jogos é uma doença, sendo necessário investigar mais a fundo com o objetivo de tratar as reais causas desse problema tão conspícuo e alarmante na contemporaneidade. Outrossim, embasado no pensamento do psicanalista austríaco Sigmund Freud, a estrutura psíquica do ser humano assemelha-se a um cristal, eventualmente se uma pedra cristalizada se quebra, essa segue as linhas de clivagem de sua estrutura, em suma, a mente humana também é constituída de linhas que são formadas mediante a sua história de vida. A associação de traumas a esse processo de “quebra” é o que gera muitos distúrbios psicológicos fazendo com que a desordem se instale, sendo necessário, portanto, um acompanhamento profissional para o controle desse infeliz problema. Infere-se, assim, a necessidade de buscar soluções viáveis para essa problemática. Para isso, é de suma importância que o Governo Federal, em parceira com o Ministério da Saúde, promova campanhas que levem acompanhamento psicológico ao meio educacional, com o objetivo de acompanhar os alunos e identificar ainda na juventude possíveis distúrbios mentais que são comuns hoje no mundo moderno, tais como a depressão, o TDAH e o autismo. Ademais, cabe ao Ministério da Educação garantir uma melhor qualificação de educadores, com uma formação pedagógica que os permita lidar de maneira adequada com esses problemas, incentivando os jovens a buscarem outras formas de Nirvana, sendo por meio de atividades físicas ou mentais, tornando assim o Brasil um país mais saudável mentalmente.