De acordo com a Carta Magna brasileira saúde é um direito social. Todavia, como há uma distância abissal entre o arcabouço normativo e a realidade prática, há desafios para solucionar o vício em videogames como distúrbio mental no Brasil. Nesse contexto, devem-se analisar como a negligência estatal e a falta de interação e preocupação social são fatores para essa questão. Em primeiro plano, Stefan Zweig, escritor austríaco, relata em seu livro “Brasil, um país do futuro”, as riquezas e impressões positivas acerca do país. Entretanto, na atual conjuntura, quando se observa o crescente aumento do vício em games, principalmente entre jovens, questiona-se a previsão feita por Zweig. Sobre essa óptica, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) o vício em jogos passou a ser considerado um distúrbio mental. Contudo, percebe-se que apesar desse distúrbio ser frequente no atual meio social, existe uma carência de informações sobre essa questão. Dessa forma, analisa-se a indolência do Estado perante essa problemática - rompendo-se, assim, com os direitos estabelecidos na Carta Magna. Desse modo, é necessário que o poder público estabeleça medidas que priorizem o acesso à informação sobre o “distúrbio de games” em escolas e nos campos midiáticos. Max Weber, em seu conceito de ação social tradicional, afirma que comportamentos construídos historicamente determinam a orientação comportamental de muitos indivíduos. De maneira análoga, tradicionalmente os distúrbios mentais sempre foram tratados de forma negligente e pejorativa pela sociedade. Em vista disso, verifica-se que existe um empecilho no combate ao vício de videogames, pois grande parte da sociedade não reconhece o uso desmedido dos games como distúrbio. Dessa maneira, é necessário que as mídias sociais fomentem discussões sobre essa problemática atual. Urge, portanto, que medidas sejam feitas para solucionar essa questão. Primeiramente, é urgente, que o Congresso Nacional, mediante uma alteração na Lei de Diretrizes Orçamentárias, direcione capital que, por intermédio do Ministério da Educação, será revertido em palestras e projetos que debatam sobre o “distúrbio de games”, por meio de especialistas na área (como psicólogos, médicos e professores ), com intuito de atentar para as consequências do uso desmedido dos vídeos games e as providências necessárias para atenuar os casos mais graves de vício. Ademais, Google Play, como uma ferramenta que possui ligação direta com os demais aplicativos distribuídos para maior parte dos brasileiros, deve criar uma campanha de alerta ao vício em games, em parceria com as redes sociais mais relevantes(tais como Facebook e Instagram), desse modo proporciona maior visibilidade ao assunto.