Título da redação:

Redação sem título.

Proposta: O vício em games como distúrbio mental e suas implicações

Redação enviada em 18/02/2018

A sociedade contemporânea é resultado de um conjunto de fatores políticos, tecnológicos e socioculturais que, para além de avanços, trouxeram consigo retrocessos, como a deturpação de valores éticos e a liquidez das relações interpessoais. Nesse contexto, o distúrbio mental do vício em games surge como uma problemática que ainda não é tratada com a importância que demanda. Convém, dessa forma, analisar os fatores que favorecem a ocorrência desse transtorno e compreender as razões que o tornam prejudicial ao bem-estar do indivíduo. É preciso considerar, antes de tudo, o que leva o indivíduo viciado a jogar compulsivamente. Segundo o sociólogo francês Pierre Bourdieu, o mundo hodierno é palco de inúmeras manifestações da violência simbólica, que consiste na dominação legitimada de um grupo social sobre outro, resultando em problemas como o preconceito e o bullying. Sendo vítimas desse fenômeno, muitas crianças e adolescentes encontram nos jogos eletrônicos uma forma de escapar da realidade vivenciada, recorrendo aos celulares e videogames de modo compulsivo. Nesse sentido, tornam-se vulneráveis ao desenvolvimento do distúrbio do vício, o que implica em alterações cerebrais significativas e, a longo prazo, em problemas como o pânico social e a depressão. Outrossim, cabe discutir o papel da família nesse processo. Muitas vezes, o distanciamento e a falta de diálogo entre os jovens e seus responsáveis propiciam aos primeiros uma liberdade excessiva, que lhes permite usufruir dos jogos eletrônicos sem controle e moderação, favorecendo a ocorrência do vício em games. Assim, quando seus pais percebem alterações comportamentais, é possível que o transtorno já tenha se estabelecido, e a autoridade parental torna-se insuficiente para amenizar as consequências do uso abusivo da tecnologia. Entende-se, portanto, que o vício em games é um distúrbio mental que deve ser tratado e prevenido. Para tanto, a escola, em parceria com os familiares dos estudantes, deve identificar problemas como o bullying de forma precoce em crianças e adolescentes, observando o seu comportamento, a fim de solucioná-los antes que os jovens recorram ao uso abusivo dos jogos eletrônicos. Por sua vez, a mídia deve exercer sua função social e veicular propagandas televisivas que orientem os pais a acompanhar o contato dos seus filhos com os games, ressaltando a necessidade do controle, e a identificar o vício, mostrando os sintomas desse distúrbio e recomendando a busca por clínicas especializadas no tratamento. Desse modo, a saúde dos jovens será poupada de um transtorno que impede o bem-estar do indivíduo.