Título da redação:

Os games como fuga da realidade

Proposta: O vício em games como distúrbio mental e suas implicações

Redação enviada em 05/06/2018

Em 2018, a Organização Mundial da Saúde (OMS) passou a considerar o vício em jogos eletrônicos um distúrbio. De fato, cresce, de maneira considerável, o número de jovens e adultos que se tornam reféns dos vídeojogos. Assim, muitos deles deixam de apreciar a vida real, focando somente na virtual, o que acarreta não só em problemas físicos, e sim também mentais. A priori, é importante destacar que, embora o vício em games não se restrinja somente a um perfil, segundo a OMS, é notado que grande parte dos afetados por esse distúrbio compartilha um ponto em comum: uma vida social problemática. Em 2013, uma reportagem feita por uma emissora do Espírito Santo apresentou um jovem capixaba que não saía de casa há 5 anos. Com isso, os estudos foram abandonados e problemas físicos surgiram. Quando perguntado o porquê disso, a resposta dada é que, nos jogos eletrônicos, ele não encarava preconceitos ou julgamentos. Infelizmente, essa não é uma realidade que se restringe a poucos. Algo que é bastante notado em jogos online, por exemplo, é que em games em que é necessário criar um personagem, geralmente, muita coisa muda, desde a cor de pele ao porte físico, o que evidencia uma fuga da realidade. Destarte, infere-se que muitos ficam presos a uma realidade utópica, onde o avatar, o personagem eletrônico, os dá a oportunidade de serem quem realmente são. Outrossim, uma combinação de frustação pessoal à sensação de liberdade nos jogos pode acarretar complicações ainda maiores. Em meados de 1999, Mateus Meira, então estudante de Medicina, invadiu uma sessão de cinema e descarregou sua submetralhadora, matando três pessoas. Em depoimentos, citou o jogo “Duke” como um dos motivadores do crime. Além disso, foi mostrado que Mateus possuía uma vida social quase nula e sofria com provocações por parte dos colegas. Urge ao Estado, como gestor do coletivo, solucionar a problemática. Em âmbito nacional, por meio do Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon), deve buscar colocar avisos em capas e introduções dos vídeojogos, alertando os consumidores acerca da necessidade de uma jogatina moderada. Ademais, por meio do Ministério da Comunicação e do Ministério da Saúde, é necessário que sejam elaboradas campanhas acerca da conscientização dos riscos do vício em games. Assim, paulatinamente, esse infortúnio será sanado.