Título da redação:

Da Adversidade, uma Ferramenta.

Tema de redação: O uso de celular em sala de aula: ferramenta de aprendizagem ou distração?

Redação enviada em 06/08/2016

O uso de tecnologias em diversos âmbitos da vida contemporânea é, de fato, crescente e inevitável. Hoje, smartphones têm a capacidade de realizar desde comunicações instantâneas, entre quaisquer locais do planeta, a transações bancárias. Estes aparelhos, ainda, tornam-se cada vez mais acessíveis e é natural que os alunos os utilizem dentro de salas de aula. Nesse sentido, cabe analisar os prejuízos dessa prática, assim como as possíveis estratégias para contorná-los. É inegável que a atenção e consequente aprendizado são prejudicados com o uso de celulares em salas de aula. Argumentos que dizem o contrário esbarram em aspectos básicos da neurofisiologia da concentração. Devido ao fato de a atenção ser resultado de uma maior atividade neuronal na região do córtex sendo utilizada e de que a capacidade de supri-la é limitada, o ato de concentrar-se em mais de uma tarefa implica em perda de rendimento em ambas. Isso, ainda, pode ser percebido, hoje, pelo número de acidentes de trânsito, que envolvem o uso de celulares, seja por pedestres, seja por motoristas. Contudo, a melhor alternativa não é proibir e coibir o uso desses aparelhos em salas de aula, como leis federais já o fazem. Com efeito, é inevitável que jovens venham a burlá-las e a utilizá-los. A postura que, por conseguinte, deve ser tomada, é a de incorporar seu uso às aulas e a novos métodos de ensino. Então, mesmo sabendo que o uso de redes sociais acontecerá, outras ferramentas como o Google podem ser usadas, a fim de diminuir o uso dessas por competição. Tal método, além de reduzir o mau uso da tecnologia, estimulará a construção de conhecimento pelo próprio aluno. Fica claro, portanto, que, são necessários o diálogo e adaptação ao se lidar com novas tecnologias na educação, e não a proibição e não discussão dos mesmos. Por conseguinte, para reduzir seus danos à concentração dos alunos, deve se tomar um modelo de educação construtivista pelos professores, como proposto pela pedagoga Emilia Ferreiro. A construção de conhecimento, além de fazer bom uso dos celulares, pode aprimorar o ensino, formando alunos mais críticos. Quanto ao Brasil e a sua educação pública, ainda, essa proposta de ensino deve ser endossada pelo Governo Federal, por meio da realização de congressos voltados a professores e pedagogos, a fim de discutir o tema. Dessa forma, os celulares poderão, cada vez mais, serem vistos como uma ferramenta, e não como um empecilho, a educação.