O mito de Sísifo, retrata um homem, condenado pela eternidade, para rolar uma pedra morro a cima. Todos os dias, ele chegava ao topo, mas vencido pelo cansaço, não segurava a pedra que retornava para sua origem. De maneira análoga, esse mito assemelha-se com a constante luta para busca de bons trabalhos, entretanto, pela falta de desemprego, o trabalho alternativo surge como alternativa à crise econômica brasileira. Destarte, é necessário analisar como o descaso governamental e a falta de preparo escolar da população influenciam nesse impasse. Em primeira análise, cabe pontuar que o descaso governamental é uma das principais causas desse problema. Isso ocorre porque, o Estado, segundo o pensamento do filósofo Thomas Hobbes, deve garantir os direitos de seu povo. Entretanto, quando é visto o direito ao trabalho, previsto na Constituição Federal, de 1988, em seu artigo 6, percebe-se que essa garantia é vista, muitas vezes, apenas na teoria. Nesse sentido, a ausência de incentivos fiscais para as empresas privadas, auxilia no processo de desemprego , principalmente em negócios que estão começando, porque o pequeno empresário, diante de uma crise, tem dificuldade em manter seus empregados, e por falta desses incentivos, acabam desempregando-os. Desse modo, a população se sujeita ao trabalho informal para assegurar sua sobrevivência. Outrossim, além do descaso governamental, a falta de preparo escolar é outro fator nessa conjuntura. Isso ocorre devido ao modelo educacional vigente que, ao invés de incentivar os alunos a serem empregadores e estudarem sobre empreendedorismo, apenas os ensinam matérias que será cobradas em provas. Nesse contexto, o filósofo Immanuel Kant afirma que o homem é resultado de sua educação. Com isso, a população, preparada apenas para serem empregados, tem dificuldades em montar suas empresas e depende de grandes empresários para conseguirem um trabalho legalizado, sujeitando aos informais. Não é à toa que, segundo o Ministério do Trabalho, em 2017, quase 600 mil pessoas estão empregadas sem carteira assinada. Torna-se evidente, portanto, que o trabalho informal como alternativa à crise econômica é um problema que precisa ser atenuado. Diante disso, o governo federal, juntamente com especialistas na área, deve promover incentivos fiscais aos empresários, por meio da ausência de alguns impostos por 10 anos, para que haja possibilidade da promoção de novos empregos de carteira assinada, garantindo o direito ao trabalho, como previa Hobbes. Ademais, o Ministério de Educação, juntamente com pedagogos e economistas, deve promover aulas de economia e empreendedorismos nas escolas de ensino básico e médio, por meio de uma mudança na grade curricular vigente e a inclusão dessas matérias. Assim, a população com conhecimento empresarial, como previa Kant, conseguirão começar seus negócios e promoverão maior condições trabalhistas formais. Desse jeito, diferente do mito de Sísifo, a população, mesmo que a passos curtos, vencerá a luta contra o trabalho informal.