É indubitável que o Brasil passou - e ainda está se recuperando - de uma grande crise econômica. Neste cenário caótico, o trabalho informal, trivialmente chamado de "bico", surge como alternativa para contornar o desemprego e os trabalhos com grandes cargas horárias e pequenos salários. Durante uma grande crise, as empresas necessitam fazer cortes orçamentários para se manterem lucrativas, assim, muitos funcionários são despedidos e o índice de desemprego do país aumenta. Após muitos buscarem novos empregos e não obterem sucesso, decidem recorrer aos trabalhos informais para conseguirem ganho financeiro, mesmo que sujeitos à instabilidade de seus novos "ganha pão" e ausentes do recebimento de ajudas para refeição ou transporte. Outro fator relevante que acarreta num aumento dos trabalhos informais é a exploração que os empregados são submetidos em tempos de crise. Com menos funcionários, além de menos dinheiro para ser gasto, as empresas aumentam a carga horária de seus funcionários para suprirem a falta de mão de obra e muitas vezes até diminuem o salário desses. Diante dessa situação deplorável, muitos trabalhadores desistem do emprego formal em busca de uma melhor gestão de tempo e também de um aumento na renda. Ficam claros os motivos pelos quais vários brasileiros migram do trabalho formal ao informal, mesmo sem a garantia de estabilidade financeira e sem os auxílios da carteira assinada. Como forma de incentivar o acréscimo de trabalhadores formais, cabe ao Ministério da Fazenda a injeção de dinheiro no setor privado para as empresas contratarem novos funcionários e poderem garantir melhores condições aos seus empregados. Também é de enorme relevância o aumento de concursos públicos municipais, estaduais e federais para se aumentar as oportunidades de emprego.