O conceito de família, em pleno século XXI, é o tema de um dos debates sociais mais importantes. Muitos defendem um padrão de como deve ser o núcleo familiar, mas quando a maior parte das famílias não se enquadra mais nesse modelo, o que fazer? E por que muitas pessoas ainda não conseguem reconhecer esse fenômeno da sociedade contemporânea? Por muitos nos o que definia uma família era a questão reprodutiva. Ou seja, afamilia era um grupo constituído por um casal de homens e mulheres que gerava filhos. Porém, esse conceito está defasado, a pedra fundamental que define uma família agora é o afeto. Essa definição é mais justa, pois contempla vários grupos. Por exemplo, um casal que não pode ter filhos ou uma avô que cria seus netos não se enquadrariam no modelo tradicional e não seriam considerados uma família, o que pode causar muito sofrimento para esses grupos. Por outro lado, um dos fatores que causa a dificuldade de reconhecimento desses novos núcleos familiares é a falta de informações e representação midiática. Por exemplo, alguns consumidores já começaram a reclamar das peças publicitárias que utilizam a fórmula chamada de "família de comercial de manteiga ". Nesses, as agências publicitárias utilizam o tipo de família erroneamente considerado universal: uma família sempre branca, formada por um homem e uma mulher e seus filhos. O que gera uma crise de representatividade e identificação na maioria dos lares brasileiros. Assim, é possível dizer que, apesar da falta de preparo de muitas pessoas, o conceito de família mudou, se tronou mais flexível e menos engessado. No entanto, ainda falta muito para essa pluralidade ser aceita plenamente. Por isso, se faz necessário que a mídia seja mais permeável e flexível, fomentando o debate e a consequente inclusão.