Título da redação:

Conceito de família atual: entre a discriminação social e a igualdade

Tema de redação: Evolução do conceito de família

Redação enviada em 12/06/2017

O que é uma família? O conceito de família tornou-se polêmico, principalmente nos últimos anos. Para os mais tradicionais, família é um núcleo constituído por uma mulher, um homem e seus filhos. Para os menos ortodoxos, uma família é um núcleo de pessoas que compartilham relações afetivas, consanguíneas ou não. Independente de cor, sexo, credo e idade. Sendo a última definição mais democrática e justa. Com o decorrer da história as relações familiares foram se modificando, acompanhando o ritmo de mudanças naturais e generalizadas. As Guerras Mundiais e a revolução industrial foram os principais agentes dessas mudanças. As transformações mais significativas foram ligadas à participação feminina no campo de trabalho e na política. A maior independência da mulher por sua inserção no mercado, conquista de voz ativa e uso da pílula anticoncepcional foram cruciais para as mudanças contempladas nos dias atuais. Vê-se hoje uma diminuição vertiginosa das taxas de fecundidade o que culmina na formação de famílias pequenas, a maioria formada por no máximo quatro integrantes. As revoluções científicas também foram importantes agentes mutagênicos. Atualmente mulheres podem escolher ter ou não filhos e ainda tê-los sem depender de um homem ao seu lado. Outro agente de transformação significativo foi a maior visibilidade das relações homoafetivas. A busca de direitos pela comunidade LGBT principalmente em relação à constituição de núcleo familiar, vem sendo a principal questão que vai de encontro ás ideias tradicionais, principalmente ligadas à religiosidade. Todavia, felizmente, vê-se uma evolução na constituição brasileira, cada vez mais laica. Hoje, há um reconhecimento das mais diversas formas de famílias tais como: irmãos solteiros que vivem juntos, viúvos sem descendentes, cônjuges, etc. O reconhecimento das uniões homoafetivas é o próximo passo para a construção da justiça e maior democracia no campo familiar. É importante ressaltar como desdobramento dessa questão o preconceito sofrido por quem não se enquadra no conceito tradicional de família. Em março de 2015, foi noticiado o falecimento de um menino brasileiro de 14 anos, morador de Ferraz de Vasconcelos (SP), após sofrer agressão dos colegas por ser filho adotivo de um casal homossexual, o que evidencia a intolerância praticada desde cedo. Além de casais homossexuais e filhos adotivos, outros casos são vistos com desconfiança, como mães solteiras e divorciadas, crianças criadas pelos avós e casais que vivem em casas separadas, para citar somente alguns. Para isso, é imprescindível a união de setores como família e escolas para a elaboração de medidas que visem expandir os conceitos à sociedade. É importante a criação de disciplinas, como Diversidade social e Cidadania ou Sociedade e Direitos Humanos e ambientes de discussões, abrangendo pais e alunos, voltadas ao ensino da pluralidade e diversidade de famílias, tendo a ética e o respeito como pontos principais. É importante que o Estado incentive o mídia, através de recursos financeiros, criar novelas, séries, filmes e documentários voltados para que a sociedade civil desenvolva o assunto e os jovens solidificar o aprendido no escola.