A construção da identidade brasileira, a partir do período colonial, reflete-se até os dias atuais, tornando o brasileiro um conservador acerca de diversos pontos, entre eles a estrutura familiar. Os tempos mudaram, isso é fato, e com ele essa estrutura também sofreu alterações, mas no final das contas o que de fato faz uma família ser uma família? Será que cabe a alguma instituição, ou alguém, julgar como deve ser a estrutura familiar brasileira? Os mais diversos sociólogos já estudaram a formação ideológica do povo brasileiro, e o que se pode concluir como unânime, entre os estudos, é o de que o brasileiro é sim um povo conservador, carregado de raízes históricas e culturais que o fazem aversos a mudanças. Diante desse cenário a família, antes tida como tradicional, vem passando por alterações ao longo dos anos, sendo comum nos dias atuais famílias compostas por dois pais, ou duas mães, apenas o pai ou apenas a mãe. A partir dessas alterações, que surgem as discussões acerca do que é certo ou errado, do que é ou não permitido, e tudo acaba virando tabu. Constitucionalmente não existe artigo algum que priorize casais héteros de formar uma família e ou adotar filhos, mesmo assim isso se tornou um problema na vida dos casais homossexuais. O que define uma família é amor, suporte, proteção e sexualidade não define caráter de ninguém, um casal não é especial por ser hétero, logo isso não faz dele mais qualificado para serem pais de uma criança. Com base nos fatos aqui apresentados, julgar o presente com base no passado seria ignorar que os tempos são outros e retroceder diante do avanço. Leis que resguardem a liberdade de cada um formar sua família da forma que lhe convém, precisam ser criadas e resguardadas, pelo estado. Não cabe a instituição alguma, seja ela estatal ou religiosa, definir modelos, tidos perfeitos de família, a serem seguidos. O amor ao próximo está intrínseco aqueles que julgam-se religiosos, então não cabe intolerância, afinal, todo cidadão brasileiro deve ter o direito de ser livre.